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6.6.07

Conto

Existia uma pracinha com jardins maravilhosa

Conto real

Lembro-me que na cidade em que nasci tinha uma senhora, eu diria até jovem devia ter uns 35 a 40 anos. O modo de vida que esta senhora adotou me chamava a atenção porque era uma forma de vida muito estranha, e que eu não vi em minha vida em nenhum outro lugar.

Seus cabelos eram como uma pasta grossa que com o peso da poeira ficava parecendo assim uma espécie de medeia. Usava roupas sujas, uma sobre a outra que se arrastavam pelo chão.

Nas mãos uma lamparina acesa a qualquer hora do dia ou da noite. Na boca, palavras confusas, gesticulava e maldizia, amedrontava as crianças. Diziam que ela era uma espécie de feiticeira.

Tinha dois filhos também com problemas , um também perambulava pelas ruas como a mãe, mas ao contrario da mãe, era amigo da cidade inteira e entrava todo dia na casa de um para suas refeições. Usava sempre um terno sujo e mal arrumado com uma gravata solta, pendurada de maneira até um pouco cômica. Já o outro filho vivia preso em uma cama, e pelo que se sabe o hospital da cidade o levava para prestar-lhe atendimento permanentemente.

O nome da senhora era Cazaré, conta-se que foi uma dama muito rica de modos arrogantes e casada com um rico senhor de seringais e quando este morreu, Cazaré acabou enlouquecendo.

O certo é que ninguém sabia de onde ela tinha vindo, suas origens e até mesmo sua residência, poucos membros da saúde sabiam.

Cazaré era tratada por todos com total descaso, sem nenhuma atenção social ou participação de ajuda pública.

Uma coisa curiosa era que Cazaré levava um saco de estopa, sujo e cheio de coisas que não tinha utilidade alguma, este saco levado em suas frágeis costas, tinha uma tarja verde e amarela, como que querendo lembrar que ela também era um membro deste País verde e amarelo.

Andava de olhos fixos no horizonte com sua lamparina. Fazia pregações, entre fé e coisas profanas, misturando cristianismo e espiritismo, fazia discursos como que incorporada por uma entidade algo como um soldado, seus discursos quase sempre nos horários de meio-dia e às dezoito horas, sempre em um ponto previamente marcado. Seus filhos tinham nomes populares e de presidentes.

Até hoje ninguém sabe que fim levou Dona Cazaré.

Está história é real com nomes fictícios

Dora Dimolitsas

1 Comentários:

  • Muito bonito o conto parabéns Dora

    gostei muito ainda mais que é real eu conheço a história vejo que você foi
    fiel parabéns.
    Helena

    Por Anonymous Anônimo, às 8:43 PM  

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