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24.4.07

ENTREVISTA COM MARCIO



Nosso entrevistado de hoje é o

MARCIO PASCHOAL


Está entrevista

Foi feita na comunidade Aldeia AfroTupy

E varias pessoas fizeram perguntas

E o Marcio gentilmente respondeu a todos

Marcio nome importante em nosso cenário cultural.
Marcio é Letrista. Escritor. Crítico de música. Jornalista. Economista. Consultor externo em técnica de redação para a Fundação Getúlio Vargas e para o CEDERJ (Centro Universitário de Ensino a Distância do Estado do Rio de Janeiro). Como crítico de música, escreve para o "Jornal do Brasil", "Jornal das Gravadoras", os sites "Globo on line", "JB on line", "Alo-Musica", "Revista Música Brasileira", "Igualmente". Colaborou em diversas publicações: "Revista da Petrobras", "Revista VIP", "O Pasquim", "Cadernos do Terceiro Mundo" e "Orçamento & Democracia", do Ibase. Trabalhou como roteirista para o programa "Somos Todos Brasileiros" e o programa educativo da TV Futura "O Pequeno Alquimista

BREVE BIOGRAFIA DE MARCIO PASCHOAL
BREVE BIOGRAFIA DE MARCIO PASCHOAL

Em 1995, estreou na literatura com o livro "Cada louco com a sua mania", com ilustrações do cartunista Jaguar e lançado pela Editora Record. Por ocasião do lançamento, esteve nos programas "Sem Censura", "Jô Onze e Meia", "João Kleber" e "Rede Mulher", entre outros. No ano seguinte, também pela Editora Record, lançou o romance "Sofá branco", que recebeu menção honrosa no "Concurso Graciliano Ramos", da União Brasileira dos Escritores. No ano de 1997, fez a produção gráfica, organização e seleção do livro "Em primeira mão" para a Editora Brasil América. No ano seguinte, como produtor gráfico, fez a versão do livro "En Première Main" para a exposição "Présentation d' Oeuvres Brésiliennes", na Galeria Hérouet, em Paris. Letrista, é parceiro de Ruy Maurity em duas composições, "Quanto mais você disser" e "Cintilante", ambas gravadas no disco "De coração", pela gravadora Kuarup. Sua versão " Without you I can't go on", para a música "Sem Nome", foi incluída no CD "Viver", da cantora Tymma. No ano 2000, a Banda Sunggae incluiu no CD de estréia uma composição de sua autoria, "Decisão", em parceria com Tuninho Villas. Neste mesmo ano, publicou pela Editora Lumiar a biografia oficial do cantor e compositor João do Vale: "Pisa na fulô, mas não maltrata o carcará - vida e obra do compositor João do Vale - O poeta do povo". Em 2001, lançou pela Editora Record o ensaio de humor e astrologia "Horóscopo sexual para praticantes". O livro contou com ilustrações de Mariana Massarani

Nos anos de 2002/2003, participou dos programas de televisão: "Jô Onze e Meia", "De frente pra Gabi",

"Programa Livre" e "Noite Afora". Ainda em 2003 deu início ao seu curso de literatura "Para rir e pensar", "Humor na Literatura" e foi convidado para as Bienais do Livro, no Café Literário e na Arena Jovem, com Jaguar e Miguel Paiva. Em 2004 lançou "Os atalhos de Samanta", com prefácio de Paulo César Pinheiro e Zeca Baleiro. No ano de 2005, pela Editora Five Star, lançou na Livraria Daconde o livro de contos "Válidos prazeres". Em 2006, organizou a coletânea de humor "Humor, Tô Vivo", escrito pelos alunos de suas diversas oficinas, com prefácio do Prof. Evanildo Bechara e do casseta Claudio Manoel. Neste mesmo ano lançou na Livraria DaConde, no Leblon, o livro infantil "O Livro Maluco e a Caneta sem Tinta".
POR RICARDO CRAVO ALBIN



Pergunto:

De Frenklin

Eu quero saber como você escreveria a frase do próximo ano ? E qual seria? Para poder compor o relevo escolhido pela aldeia para o próximo ano também.

Resposta

Para Frank
Gosto muito dessa: "Não leve a vida tão a sério, no final não sairemos vivos mesmo

Pergunta:

De Ricardo:

O que esta havendo?
Gostaria de saber qual é a sua visão em relação ao mercado musical aqui no Brasil, levando em consideração as tendências que as gravadoras querem tomar e também sobre a pobreza cultural e musical que vigora no mercado, sendo este outrora um dos mais ricos e originais do mundo até os anos 70. o que houve realmente para essa queda de qualidade? Teria algo a ver com a política diretamente ou é apenas o capitalismo atropelando a arte?

Resposta

Para Ricardo


Caramba, Ricardo. Suas perguntas já vêm com os indicativos das respostas. É um pouco disso tudo. Podemos apenas amenizar, ressaltando que a humanidade é sempre saudosista. Quanto aos podres poderes capitalistas, por você sugeridos como causa, lembremos da equação de economia da lei de oferta e procura. Se o povo gosta de axé mais do que ópera, nada pode nos assegurar o que é melhor para o povo, para o axé ou até para ópera, n´est ce pas? Uma coisa, no entanto, você tem toda razão: o futuro ainda nos deve reservar mais agruras. Ou seja, muita droga ainda por vir. Tipo saudades do Nelson Mota.Abração.

Pergunta:

De MATÓ

Viver sem medo é difícil, sempre vamos ter medo de sair, e na rua levar um tiro. "Os Pais vão poder dar um futuro digno para seus filhos?" Espero que me responda, para eu poder esperar e sonhar com este paraíso.

Parabéns pelo seu trabalho

Resposta

Para MATÒ

Olá, querida
Já passamos por épocas piores. A violência parece desenfreada porque nossos sistemas legislativos e judiciários vivem um caos. As certezas das brechas nas leis e da impunidade fazem muito mal à sociedade. Adepto da caipirinha se a vida me dá´limões, sigo em frente acreditando que nossos filhos herdarão um mundo muito mais pacífico ou o que ainda restar dele. Bjs

Pergunta:

De Katia Drummond

Caro Marcio,
Boa tarde!
É tanta coisa, querido, que nem sei por onde começar.
Sou uma grande apreciadora do seu trabalho. Mãe de um músico violonista, o André Bernard, que por ser músico instrumental tem muita dificuldade no mercado brasileiro.
Que perspectivas você vê para o mercado musical de qualidade no Brasil?
E em face de grande crise mundial das gravadores/e o MP3?
Daqui de Portugal, quero ainda saber como anda o mercado editorial de poesia no Brasil, e quais as Editoras que mais investem nos poetas?
Qual a sua nova obra em criação?
Você vem lançar alguma obra em Portugal? Se sim, quando?
Sucesso, sempre!
Katia Drummond Sintra Portugal

Resposta:

Para Katia Drummond
Olá, querida
Obrigado pelas palavras gentis.
Vamos tentar responder a tudo Todo instrumentista de valor será sempre respeitado. Já a fama e o dinheiro advêm de outros fatores, às vezes nem tão escusos, mas alheios até a própria vontade do artista.
Quanto à crise mundial das gravadoras e o MP3. Tudo será uma questão de adaptação de ambos os lados interessados
Poesia no Brasil não é editada. A não ser se o autor for mediado (não precisa ser poeta, basta ser famoso). As editoras que investem no segmento são pouquíssimas. A poesia existe como um respiradouro necessário à literatura e não como mercado. Quando os poetas entenderem isso, tudo ficará mais fácil (ou impossível).
Acabo de lançar um livro infantil (O livro maluco e a caneta sem tinta) que vai indo muito bem. E no próximo ano, um novo romance.
Quanto a ir a Portugal, seria um sonho. Minha avó é portuguesa e eu sempre quis conhecer a terrinha. Meu livro sobre o João do Vale já foi comentado num programa de tevê aí de Lisboa (o nome do Gajo era Paco Rodrigues, se não me falha a memória (ultimamente ela anda falhando muito...). Onde estávamos, mesmo? Ah, sim, na despedida. Um grande beijo.

Pergunta:

de Eliana de Faro

Gostaria de saber se a crítica musical ajuda de alguma maneira aos músicos de qualidades indiscutíveis, como Marko Andrade, a serem mais visíveis?
E se você teria uma receita para esses músicos driblarem
O sistema manipuladores da mídia, sem tanto sacrifício, para colocarem seus trabalhos no mercado?

Resposta:

Para Eliana de Faro
O papel da crítica deveria ser esse. No final fica-se muito atrelado ao que faz sucesso. A mídia não permite muita renovação por que isso implica em custos.

O velho artifício: o importante é vender e não a qualidade do produto. A pouca visibilidade de quem está começando é cruel. A única salvação é se fazer aquilo que se gosta, com tenacidade, um pouco de loucura, muito carinho e sonhar sempre.Um bj.

Pergunta:

Da Sétima

Oi Marcio!

Você teve experiência com na 'TV Futura'. Emissora que eu deixo em meu 'topo', junto à 'Cultura'. Elas têm um perfil excelente em minha opinião
Pergunta:
Você acha que há possibilidade de termos mais emissoras como elas na TV aberta? Qual o caminho?
Você concorda comigo, sobre o conceito de nível delas?
Parabéns pelo currículo!!!!

Resposta:

Para Sétima

Olá, o prazer é meu.
O segmento de TV por assinatura ainda pode ser considerado de elite (detesto esta palavra pós-Lula), melhor, para poucos. Ao mesmo tempo em que programas culturais, experimentais e de cunho até ideológico, há a coexistência pacífica com as sitcoms enlatadas americanas, televendas, religiosas etc.. NA TV por assinatura passa Mahnattan e tb o Fantástico. Enfim, a mesma salada. Como me parece o seu caso, tanto faz a tevê, se a escolha for cultura.

Pergunta:

De Rose:

TV Aberta
Ola, Tudo bem?
Nossa que biografia, estou ate sem fôlego rrsrsr
Li todas as perguntas e respostas anteriores e o ponto em que fala a respeito da péssima qualidade da TV aberta e que um meio de comunicação 100% capitalista me chamou a atenção, principalmente porque concordo plenamente, mas em analise fria como o capitalismo assim exige sabemos que se estão vendendo um produto de
péssima qualidade e porque há consumidor para este tipo de programação (se eu vender ovos e ninguém comprar isso ira me obrigar a trocar de produto certo?) e também sabemos que a grande consumidora desta TV e a massa da população deste pais composta de pessoas com pouco ou ate nenhum contato com a cultura e a educação de qualidade.
Caso deixássemos de travar esta batalha com a TV aberta e a direcionássemos para os órgãos responsáveis pela cultura e educação deste pais, obrigando-os a inserir nas grades curriculares das escolas desde as series iniciais disciplinas como literatura que despertariam desde a primeira infância não só o prazer da leitura como a capacidade de separar o joio do trigo e também musica dentro de todo seu contexto cultural desde a + popular ate a clássica não estaríamos assim formando uma massa consumidora mais exigente e por conseqüência esta TV capitalista não seria naturalmente obrigada a nos oferecer um produto de melhor qualidade?
Criticamos muito o mundo capitalista, mas ele esta ai e temos que aprender a conviver com ele, se lembrarmos que somos nos a massa da população que sustenta este mundo por sermos os consumidores finais, vamos perceber que muito destas mudanças depende unicamente da postura que tomarmos diante do que não nos agrada.
Desculpe a extensão do texto, mas como um boa mulher sagitariana sou uma tagarela nata e as vezes me empolgo
PS: Só uma coisinha mais, porque ler neste pais e tão caro, os livros custam um absurdo, não haveria como baratear isso?
Resposta:

Para Rose

Olá, minha amiga sagitariana impetuosa
Você está certíssima. No final o consumidor paga o pato, literalmente, pensando que o gato é lebre.
O livro é caro porque os editores ficam com 90% (10% para o autor),e os livreiros com 50%. Os editores têm os custos de distribuição, divulgação, e produção e são os que decidem os preços. Se os livros vendessem, se os leitores aparecessem, haveria uma chance de barateamento a curtíssimo prazo. Se um livro vende bem, o livreiro pode dar desconto, e as edições subseqüentes ficarão menos caras para as editoras. Enfim, o mercado editorial tem muito cacique e pouco índio. Sem solução a priori. Além do que fui informado de que quem mantém as compras de livros no país é a classe alta. Quer dizer, compram 10 e lêem 1. Depois dizem que pobre não compra livro porque não tem o hábito de ler. Em minha opinião, o brasileiro, de todas as classes, não tem o hábito da leitura, a diferença é que o pobre não lê e quase não come. Qual a solução? Um governo que invista em cultura e educação maciçamente, apesar de pouco retorno de voto. Ou seja, utopia geral. Lembra-me os judeus que se autodenominam "o povo do livro". Nosostros somos o do futebol. Pano rápido.

Pergunta: de Regina

Mercado Editorial
Marcio, como você vê o panaroma editorial do momento, que sugestão você daria para os que estão querendo um espaço no mercado. Você, como crítico, o que pode dizer da qualidade e da movimentação cultural carioca e de como agregar melhor as tribos culturais para um crescimento maior e positivo da cultura?

Resposta:

Para Regina

O momento editorial atual está longe do ideal. Há muitas edições, o critério é discutível, as pessoas cada vez lêem menos, os preços não ajudam e não se vêem perspectivas de reação. No final do túnel uma escuridão nos acena.
O papel cultural do Rio é servir de vitrine. Há muito tempo que é assim. Imagine uma dama bem vestida, que pedirá presentes caros e em troca dará só o prazer das aparências. Como, às vezes, elas costumam enganar... (as aparências, não as damas)...
Conselho aos que começam: sejam loucos e obstinados, se o que fizerem lhes possibilitar prazer. O mais é talento e sorte.
Beijão

Pergunta:

De Alice

Dúvidas
Minha pergunta pra você ou até mesmo uma dúvida.
Quanto à crítica musical. Os críticos da música realmente têm alguma influência no mercado da música brasileira? Acho importantíssimo isso, no entanto, vejo e ouço produções que são pobres em cultura, e que fazem um sucesso enorme, justamente com um público que deveria ser direcionado para uma cultura produtiva.
Agora quanto à literatura:

Resposta:

Para Alice
Existem maravilhas no mercado, e vejo que não há muito interesse, nem por parte do governo, e tão pouco pela população. Seria isso uma ausência de incentivo por parte dos governos. O custo dos livros é muito alto e com toda razão a produção gráfica tem um custo elevado. Resumindo temos uma boa parte de nossa população que é pobre e não tem acesso aos livros. E que não precisamos nem raciocinar muito para saber qual a decisão de uma família entre o pão e o livro.

Pergunta:

De Euclides Amaral
Caro Marcio, amigo de ‘tontos’ anos, da tribo dos índios Natureza e Maranhão, tudo gente boa, nunca foram presos à-toa.
Li as perguntas e respostas e pelo jeito não sobrou quase nada.

Dia 22 será comemorado “Dia do Músico” e haverá uma festa no Teatro Rival, produzida por nosso amigo baterista Teozinho Lima. Muita gente boa está sendo homenageada e receberá diploma, condecoração e talvez troféus (haverá derreteção logo depois). Téo me falou que um dos homenageados é o nosso bróder Cristiano Menezes, que está tendo um grande apoio da classe artística (principalmente a musical) tendo em vista a sua demissão sumária pelas cabeças (que se julgam) pensantes deste país. Sabemos das dificuldades do nosso amigo na direção da Nacional AM para manter o nível da programação (Programas Época de Ouro e Edifício A Noite etc). Agora um bando de burocratas destitui o cara que conseguiu consertar a casa, tendo em vista que os que passaram privavam diretamente com o PODER, e se fosse na época colonial seriam os “MERDEIROS” aqueles, naquele caso... coitados, escravos que seguravam a bacia pros amos cagarem. Quanto ao trabalho do Cristiano não há dúvida! Mas e quanto a esses supostos donos do poder? O que você acha sobre isso? Será a ala bolchevique do PT? Por que tanta raiva do povo e de suas manifestações artísticas como o choro e o samba, pra depois colocarem pagode de churrasqueira e sertanejos de cabritos afinados? coisas que a classe dominante realmente gosta, além das novelas e os siticons. Até quando teremos que aturar esse descaso com a cultura? Você que é colado com Alah, Zeus e Deus, interceda por nós!
Amaral Desesperado de Brás de Pina

Resposta:

Para Euclides Amaral

Meu amigo Amaral
Alcoólicos papos brabos! Você me lembrou a dualidade da vida. O in e o out, o yan e o ying, o sha e olin, enfim, veja Adão: era monogâmico, mas não tinha sogra. Não se pode ganhar sempre.
Agora, affair Radiobrás, a turma que veio ( lembre-se, é sempre bom renovar) adotou um discurso heterodoxo e ateve-se a privilegiar o jornalismo em detrimento da música. Ledo (e Ivo) engano. Outro detalhe, o trabalho do Cristiano deveria ter sido festejado e recompensado. Talvez noutra função, não sei. Essa coisa de política sempre é nebulosa. E lembre-se: pior que sogra, só uma sogra política. Abraça-o o tamanduá.

Pergunta

De Marko

JOÃO DO VALE
Marcio meu irmão antes de tudo gostaria de agradecer imensamente sua força, e sua generosidade em compartilhar conosco seu imenso conhecimento cultural, com certeza melhoramos muito com esta verdadeira aula que você deu durante esta semana conosco.
A minha pergunta é sobre o João do Vale, sou apaixonado pela obra do João, pela figura que ele foi, e por esta possibilidade de mesmo num país problemáticos como o nosso ainda sim brotam de nossa alma misturada pessoas como o João com incrível talento
Gostaria que você falasse um pouco sobre e importância da obra do João para a MPB e para nossa cultura de uma forma geral
Ti deixo um beijo no coração

Resposta:

Para Marko
O melhor da obra do João é a simplicidade e o senso de justiça. Como um lamento bem-humorado sobre todas as dificuldades sociais que ele sofreu na pele negra, de nordestino, pobre e abandonado.
O grande mistério foi seu enorme talento, sendo desprovido de qualquer assistência. E o mais triste é que anda sendo meio esquecido, com o tempo. Sua trajetória, mais do que artística, é exemplo para todos nós, incluindo o lado autodestrutivo e o despreparo para admnistrar a sua carreira e a sua vida. O admirável é que a poesia pode vencer qualquer obstáculo e reunir os homens. Forte abraço.


15.4.07

MARKO ANDRADE




Vamos conhecer um Jovem cantor

Que luta para levar sua mensagem com o coração aberto, e com todo entusiasmo

MARKO ANDRADE

ALDEIA AFROTUPY

Acreditamos que a livre poética da música, com sua

propriedade de desarticular o automatizado, o estabelecido, poderá

se contrapor ao colonialismo da indústria cultural, e cumprir a

função de desmistificar a música "oficial" e seu perfil idealizado,

modelado pela mídia e crítica especializada, superando limites das

práticas musicais. A proposta, então, é disponibilizar o referencial

da música como meio de expressão, e deixar que ela exerça sua ação

transformadora em experiências educativas e culturais centradas no

espaço urbano periférico. "O laboratório está nas ruas, nos botecos,

nos terminais rodoviários, nos parques em abandono, nos filhos de

ninguém, no homem sem voz de nossas aldeias periféricas."

Portanto, a elaboração do projeto do CD Aldeia Afrotupy

surge com a proposição de articular a imaginação poética musical

periférica junto a um público acostumado ou não a ouvir musica

impregnada de poesia. Essa oportunidade singular de troca de

experiências com o outro é a tônica de nossa Aldeia. Um

entrecruzamento de vozes para captar um lugar em permanente mutação,

transformação, aonde sentimentos, emoções, expectativas e

informações vão compondo novos cantos.

A nossa ALDEIA AFROTUPY é rebeldia e poética. É a liberdade

e a interação dos mundos material e espiritual na dinâmica de nossa

sonoridade. É a fé no recolhimento para a afirmação de um outro

conhecimento, de uma outra possibilidade que produzirá energia vital

para os infinitos ciclos evolutivos que estão por vir.

MARKO ANDRADE

Marko Andrade

Compositor. Cantor. Produtor Cultural. O pai tocava violão. Em 1975 estudou Teoria Musical no Conservatório Carminha Alonso. No ano de 1982, estudou teoria e violão com o maestro Joaquim Fragelli. Dois anos depois, fez o curso de formação em violão pelo Instituto Brasileiro de Música. Em 1996, com Tim Rescala, fez o curso de música para teatro. Neste mesmo ano, estudou uerj curso e extensão em história da arte, cultura e antropologia coordenada por Darci Ribeiro e Cecília Conde dentro do PEE. Foi Coodenador da Animação Cultural da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou como Coordenador de Difusão Cultural da Superintendência de Projetos Especiais da SEE do RJ.

DADOS BIOGRAFICOS

Em 1978, teve a sua primeira música gravada, "Cidade moderna" em parceria com Euclides Amaral, interpretada por Jorge de Souza, para o Selo J.P.Leal Discos. O compacto duplo, do qual participou tocando violão e fazendo arranjo, foi produzido por Jorge Paiva, Euclides Amaral e Ivan Batista, com as finalistas do primeiro Festival da Canção do Clube Militar, realizado em maio de 1978. Neste mesmo ano, fez a direção musical e compôs com Euclides Amaral (letras), as músicas para a peça "Retrato de Mulheres", de Márcia Eliza e Jorge Guedes, que percorreu vários teatros do Rio de Janeiro e São Paulo. No ano de 1981, ingressou no grupo Panela de Pressão, que reunia músicos, poetas, letristas, atores e teatrólogos. Entre 1982 e 1984, fazendo parte desse grupo, participou da direção do teatro Armando Gonzaga, no subúrbio carioca de Marechal Hermes. Por essa época, fez a direção musical e musicou várias peças: "Retalhos" de Kalu Albuquerque e "Brincadeiras", de Raimundo Mattos Leão, com direção de Sidney Cruz. No ano de 1982, ao lado de Carlos Sapato, Sidney Cruz, Euclides Amaral e Osmar do Breque (Bicheiro), apresentou o musical "Vivências - ou Bar Brasil" no teatro do Sesc de Madureira. No ano seguinte, integrou o elenco dos musicais "Labirinto das Águas" e "Drummondiando", ambos com o grupo Panela de Pressão e apresentados em vários espaços da cidade do Rio de Janeiro. Na década de 1990, trabalhou como produtor, ao lado de Celso Mattos, da Orquestra e Coral da Petrobras. Por essa época, organizou a "Festa do Interior", na Lapa, para a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Em 1999, participou do CD "Conexão carioca", do Selo Peixe Vivo, interpretando "Cidade" (c/ Sérgio Lupper). O disco, produzido por Euclides Amaral e Paulo Renato contou com a apresentação de Ricardo Cravo Albin. Neste mesmo disco, a cantora Ceiça interpretou "Lua comparsa", (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) e Alexandra Piloto cantou "Noite" (c/ Délson Júnior, Henrique Silva e Sidney Cruz). No ano 2000, Euclides Amaral produziu para o selo Guitarra Brasileira o CD "Conexão carioca 2".

Neste CD, também com apresentação do crítico Ricardo Cravo Albin, participou interpretando duas músicas; "Aldeia" e "Estratégia do lobo" (c/ R. R. Juca). Em 2001, juntamente com Euclides Amaral, produziu seu primeiro disco: "Aldeias urbanas", lançado pelo selo Guitarra Brasileira, no qual incluiu "Aos trancos e barrancos" (Jorge Dangó e Jênesis Genúncio) com participação especial de Jorge Dangó e outras composições de sua autoria como "Navegante das estrelas" e "Velas". O disco contou com arranjos de Carlinhos Trumpete e Gilson Mendonça, sendo lançado em abril deste mesmo ano na Casa do Tá Na Rua, espaço cultural de Amir Haddad, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. O show teve direção e roteiro de Euclides Amaral e a participação especial de Carlos Dafé. Neste mesmo ano, apresentou-se no programa de TV A Cara do Rio. Participou do show "2ª Noite da Musicalidade Negra" com Darci do Jongo, Banda da Aldeia, Luiz Carlos Batera e Carlinhos Trompete, entre outros. Em 2002, ao lado de Carlos Dafé, Eliane Faria, Lúcio Sherman, Rubens Cardoso, Cláudio e Cristina Latini, Pecê Ribeiro, entre outros, participou do disco "Conexão carioca 3", produzido por Euclides Amaral. Neste CD, com apresentação do poeta e letrista Sergio Natureza, interpretou "Ritual da zabumba" (c/ R. R. Juca) e "Noturnamente" (c/ Euclides Amaral). Ainda neste CD foram incluídas de sua autoria "Quero que você me leve" (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) interpretada por Rubens Cardoso e Euclides Amaral, "Feito semente" (c/ Euclides Amaral e Cacaso), interpretada pela cantora Edir Silva e ainda, "Moinhos de vento" (c/ Euclides Amaral e Xico Chaves) com Martha Loureiro. Neste mesmo ano, apadrinhado por Gérson King Combo, apresentou no Espaço Sesc Copacabana o show "A noite da música negra carioca" com Lúcio Sherman. O show fez parte do "Projeto Novo Canto" e contou com roteiro e direção de Euclides Amaral e Sergio Natureza. Em 2003, no CD "Quem são os novos da MPB?", coletânea produzida por Lúcio Sherman, foi incluída de sua autoria "Quero que você me leve" interpretada por Rubens Cardoso e Euclides Amaral. Neste mesmo ano,teve seu show gravado pela Rede SESC SESI TV, com Gerson King Combo e Lucio Sherman no SESC de Copacabana incluído na programação do projeto Ritimos e Sons do Brasil ficando uma semana no ar, o selo Peixe Vivo relançou o disco "Conexão carioca 3", no qual foram incluídas quatro faixas-bônus. em 2003 divide com Zezé Motta o Show Conexão Solidária no sesc tijuca com a direção de Caike Botikai e Jaluza Barcelos, e neste mesmo ano faz uma participação especial no show dos novos da MPB juntamente com Carlos Dafé no mês de julho fez na.lonaHermetoPascoal (Bangu) o show Marko Andrade convida Carlos Dafé

OBRA

Aldeia • Algumas palavras (c/ Aljor) • Alvorecendo (c/ Euclides Amaral) • Birra de índio (c/ Rubens Cardoso) • Cavalo de pau (c/ Rubens Cardoso) • Cidade (c/ Sérgio Lupper) • Cidade moderna (c/ Euclides Amaral) • Choro da Guanabara (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) • Danças selváticas (c/ Sérgio Lupper) • Dance tudo (c/ Aljor) • Estratégia do lobo (c/ R. R Juca) • Feito semente (c/ Euclides Amaral e Cacaso) • Lua comparsa (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) • Malandro. com (c/ Paulo Renato) • Moinhos de vento (c/ Euclides Amaral e Xico Chaves) • Navegante das estrelas • Noite (c/ Délson Júnior, Henrique Silva e Sidney Cruz) • Nos arcos da Lapa (c/ Euclides Amaral) • Noturnamente (c/ Euclides Amaral) • Paiol de pólvora (c/ Euclides Amaral) • Quero que você me leve (c/ Rubens Cardoso e Euclides Amaral) • Retrato noturno (c/ Euclides Amaral) • Ritual da zabumba (c/ R. R. Juca) • Suburbando (c/ Euclides Amaral) • Velas • Velhas tramóias (c/ Euclides Amaral) • Vômito atômico (c/ Aljor)

SHOWS

1982: Musical Vivências ou Bar Brasil. Teatro do Sesc de Madureira, RJ, 1982: Musical Bar Brasil. Teatro Cacilda Becker, RJ, 1983: Musical Labirinto das Águas. Teatro Armando Gonzaga, RJ, 1988: Show Brasil com pé no chão. Palco Sobre Rodas. Bangu, RJ, 1989: Show À Pleno Canto. Centro Cultural Castelo Branco. Faculdade Castelo Branco, RJ. 2001 Marko Andrade ao vivo SESC Pompéia, 2001: Show Aldeias Urbanas (Direção Euclides Amaral). Casa do Tá Na Rua, RJ, 2001: Show Aldeias Urbanas. (Direção Euclides Amaral). Dray Trade Wisqueria, RJ, 2001: Show Aldeias Urbanas. Palco Sobre Rodas,Menu Cultural Secretaria Municipal de Cultura, RJ, 2001: Show Aldeias Urbanas. Lona Cultural Hermeto Pascoal, RJ, 2001: 2ª Noite da Musicalidade Negra. Bar Carioca, RJ, 2002: Aldeias Urbanas acústico. Palco Livre da Cantareira. Niterói, RJ, 2002: A noite da música negra carioca. (c/ Gérson King Combo e Lúcio Sherman, direção de Sergio Natureza).2002 Marko Andrade ao vivo no FENAC Barra RJ, 2002 Marko Andrade, Projeto Novo Canto. Espaço Sesc Copacabana, RJ, 2002: Marko Andrade e Baque de Baobá. Projeto Novos das Nove. Teatro Ziembinski, RJ,2003 Marko Andrade e Zezé Motta Sesc Tijuca ,2003 Marko Andrade e Carlos Dafé convidados no Centro Cultural Carioca2003 participou como convidado ao lado de Sandra de Sá , Preta Gil,Dudu Nobre e muitos, do grande evento realizado no teatro Rival BR do Clube do Swing promovido por Carlos Dafé ,2005produção e formulação partricipação do projeto Quintal Brasil para a prefeitura de Nova Iguaçu juntamente com Luiz Carlos Batera ,com apresentação de Hildon, Monarco,Sidiney Matos , Sergio Natureza e Ricardo Cravo Albin,2006, fez Show no Fórum Mundial de Educação para educadores e gestores de todo o mundo.


DISCOGRAFIA

1999: Conexão carioca. Selo Peixe Vivo, CD,

2000: Conexão carioca. Selo Guitarra Brasileira, CD,

2000: Conexão carioca 2. Selo Guitarra Brasileira, CD,

2001: Aldeias urbanas. Selo Guitarra Brasileira, CD,

2002: Conexão carioca 3. (vários). Selo BigVal Produções, CD,

2003: Conexão carioca 3 - Bônus. Selo Peixe Vivo Produções, CD.

2007: Aldeia Afrotupy Selo Guitarra Brasileira e Arrent Mermo,CD

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Edição: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006, RJ.

21 - 3357-7322 ou 21 – 9941-9003

POR RICARDO CRAVO ALBIN

11.4.07

Contribuição poetica à natureza

Nossa contribuição poetica à natureza
Gente, tenho lido poucas poesias aqui que são dedicada à nossa natureza, ao nosso meio ambiente, ao nosso planeta, sei que podemos dar nossa contribuição poética em busca de um mundo melhor, e tentar sensibilizar atavés da poesia, o quanto devemos preservar o nosso planeta, afinal de conta quem mais poderá descrever a sensibilização do que os poetas. Então vamos deixar nossas poesias dedicada ao meio ambiente e vamos ver o quanto poetas temos aqui que estejam sensibilizado e possam sensibiliar com esse tema que está em tanta evidêndia: a natureza.

Natureza

A natureza é a própria arte viva
com seus traços tão minucioso
na pura harmonia criativa
na sua cor de verde precioso

as melodias dos passarinhos
são verdadeiras obras sinfônicas
que alguns cientistas mesquinhos
desafinam com sua bomba atômica

A água cristalina é como o espelho
refletindo a bela natureza
mas o homem com seu aparelho
logo vem poluir essa pureza

árvore, um edifício perfeito
nos dar sombra, ar puro e alimento
quem desmata, mata sem direito
é um criminoso sem argumento

O sol, as borboletas, as flores
compõem a natural poesia
não entendem esses destruidores
o valor dessa divina cortesia

Majestosa é a imensidão do mar
intolerável é a poluição
lixos nas praias a derramar
preparam a própria destruição

Talvez, quem destrói, entenda um dia
o quanto a preservação é preciso
que felicidade traz a harmonia
que aqui seria o próprio paraíso

Autor: Jailson Pereira

1.4.07


Páscoa


Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Easter em inglês, quer dizer Páscoa. O calendário da Páscoa cristã foi decidido em um Conselho Eclesiástico. A Igreja Católica, criou, no Conselho de Nicea, em 325 d.C., as Tabelas Eclesiásticas. Esse Conselho decidiu que a Páscoa estaria sempre relacionada a uma lua imaginária, a "lua eclesiástica, também ficou decidido que a quarta-feira de Cinzas deveria ocorrer 46 dias antes da Páscoa. O período que vai dessa data até a Páscoa é chamado de Quaresma

Páscoa



Virgínia Fulber

Perdão E Renascimento

O novo homem, o renascido ,criativo, disposto, corajoso, destemido até creio ser o proposto pelo Crucificado, o homem que não ressentido conseguiu perdoar a si mesmo e ao outro, tantas vezes apontado como culpado, sim a humanidade ainda encontra-se aprisionada numa teia de intrigas, ou armadilha conceitual onde um culpado deve ser sacrificado, sim justo o velho conceito de "felicidade" , precisa ser sacrificado, para tanto reconhecido o conjunto de tramas nas quais nos deixamos enredar. Um enredo pouco inédito seguimos sem reflexão, no qual a culpa e o ressentimento são tantas vezes o carcereiro .

Nesta época do ano em que os cristãos celebram a Páscoa ressurge uma lacuna no tempo, um momento ,uma oportunidade de rever valores, uma trégua para reflexão sobre os condicionamentos aos quais nos adaptamos, assumir pois, uma atitude benevolente para consigo e com o outro, buscar o diálogo franco sobre as questões que sufocam e realmente nos tornam solitários e ressentidos penso seria uma proposta bastante interessante para um feriado cristão . Presentes são distribuídos , mas o melhor presente talvez seja permitir-se estar presente ante a si próprio e desta forma disposto como presente ao outro.

Lidamos mal com os limites, cremos que estes vem de fora, do outro e perdemos a noção de que o que nos prende a teia são nossos próprios preconceitos ressentimentos e conceitos assimilados . Ao abrir os braços ao devir à vida, com uma boa vontade de ir de encontro a esta estamos nos colocando numa atitude corajosa e criativa e o novo poderá nos surpreender ,

Se somos novos presentes a vida ,os outros novos serão aos nosso olhos. Temos um poder de renovação pouco exercitado, muito temido; o afeto sincero proveniente do encontro no agora. A compaixão não é dever é uma conseqüência do estar em paz consigo mesmo, da reconciliação com a vida.

Páscoa renascimento, esperança de felicidade só pode existir naquele que permite deixar para traz o velho homem de si sem ressentimento ou rancores numa atitude de celebração e, alegre disposição para consigo mesmo que implica em paciência , calma e coragem diante ao que ainda não conhece , pois, não o viveu. .

Com meus votos sinceros de uma boa Páscoa !

Virgínia Fulber além mar

vicamf@yahoo.com.br http://www.ufmt.br/gpea/web_agua.htm