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19.3.08

A Saúde Publica no Brasil

Hoje abro espaço para trazer ao conhecimento das autoridades, e do publico em geral, a falta de informação em saúde publica.

No Brasil hoje, apesar de tantos meios de comunicação, ainda temos a dura realidade de ver a população que luta duramente para conquistar o direito de ter a vida de seus familiares preservados.

Falta-lhes informação suficiente dos hospitais que podem atender certas especializações,

e principalmente boa vontade nos encaminhamentos médicos,onde tenham o atendimento em clinicas especializadas.

Nos hospitais públicos temos uma nata de profissionais capaz de atender com rapidez e eficiência uma boa parte da população, falta para isto informação.

Para comprovar o que digo, apresento um caso típico de luta de uma mãe que penou vários anos com sua filhinha, antes de encontrar a ajuda necessária no caso. Veja o seu relato.

De Paola e sua biografia.


Biografia: Paola

Paola nasceu em São Paulo, em 28/08/1971, no Hospital Matarazzo. Lá foi criada e completou seus estudos. Iniciou a Faculdade de Administração em Finanças, mas não pôde concluir, pois não era sua vocação. Foi morar em Curitiba em 1996, onde teve suas duas filhas, e as cria até hoje separada do marido.

Hoje, aos 36 anos, trabalha com digitação, faz faculdade de Pedagogia e escreve poesias, artigos de blog onde possui, e demais assuntos. Tem um romance escrito.

Escreve desde os 15 anos, e apesar de não ter nada publicado, gosta da arte de escrever. Participou do "1º Concurso Nacional de Poesia", em 1989, onde foi premiada com uma Menção Honrosa e de outros concursos.

O seu maior sonho é publicar livros de poesias e o seu romance que terminara no ano de 2006.

Apenas 10 anos

Nas palavras que executo hoje, são palavras relatadoras e quem sabe possam ajudar muitas pessoas a resolverem seus problemas.

Não somos nada se isolarmos dentro de uma redoma, ou num cubículo que se chama nosso mundo. Por isso eu Paola, costumo sofrer chorar, lutar gritar, mas a mim cabe as palavras da reclamação e exigir os direitos que tenho perante a vida e a justiça dos homens e, sobretudo a justiça de Deus a quem devo uma enorme conta no dia do Juízo.

Estou escrevendo este texto por ter sido convidada pela Doroty, aqui presente e grande colaboradora na divulgação das minhas humildes palavras.

No decorrer dessa vida, todos passamos por uma série de problemas e situações com as quais jamais pensaríamos em estar dentro dela, o mundo vai, as respostas, as exposições, as pessoas, as intenções, tudo fica cada vez mais difícil, e se não tivermos bom senso e sabedoria para cada interrogação que paira sobre nossa cabeça.

A vida me ensinou isso. O curso dela é muito engraçado.

Quando minha filha mais velha nasceu, era tudo muito lindo e maravilhoso, mas ela já de bebezinha não fazia as necessidades de acordo, bom, os dias e os meses passam e eu preocupada já desde então, começo minha peregrinação a médicos preocupada com a pobre que não evacuava corretamente as suas fezes. Desde então anos se passavam e ao longo destes anos eu me frustrava, pois todos os médicos pediatras que apareciam por ali só receitavam laxantes dos mais diversos tipos.

A quem diga todas aquelas mandingas caseiras:

“Olha! A senhora dê pra menina uma colherzinha de azeite!”

“Dona Paola! Dá mamão pra ela, mas com a semente ta!!”

Minha vontade quase sempre de sumir ou mandar todos os que me davam receitinhas as favas, mas eu sempre prosseguia, pensando bem todos queriam o meu bem, ‘o bem da minha filha’.

Os anos se passavam e de repente minha filha começou sujar as calcinhas, e eu sem saber começava a brigar com ela achando que ela ‘não sabia se limpar direito’, afinal a irmã mais nova andava sempre limpinha e a mais velha não. Brigávamos com ela, até que um dia depois de mais alguns anos pude entender que ela não tinha culpa do que estava acontecendo, sues olhinhos eram cheios de lágrimas que me cortavam o coração. Minha filha entrou na escola e todas as vezes que usava tais medicações ou supositórios eu tinha sempre de escrever bilhetes até hoje o seu constrangimento de se borrar inteira, muitos professores até que não sabiam do problema, não a deixavam sair para ir apenas se limpar no banheiro, pois o que sujava não eram fezes em si, e sim apenas resíduos do que o intestino não suportava mais. Dias sofridos, largos anos tortuosamente sofridos, e o barrigão crescendo e endurecendo, num determinado dia de férias, passamos por uma situação de internamento de emergência, mas o assunto era completamente outro, quando a enfermeira indaga:

“Sua filha está grávida?”

Eu respondo:

“Não, minha filha tem 9 anos, e é impossível uma gravidez neste te caso, já que ela ainda não mênstruou, o que ela tem, é um problema sério de intestino que não evacua por isso esse barrigão”.

E tudo o que fizeram foi tirar um Raio X e me receitarem mais laxantes. Oras!!

Mais um ano se passou, e minha família me alertou para que pedisse encaminhamento para os Institutos Infantis ou para as Clínicas, porque deveria realmente ser algo mais sério e até mesmo um caso de estudos, mas que minha filha deveria ser realmente tratada, resumindo, médico nenhum me deu encaminhamento o que me deixou mais frustrada.

Nestas ultimas férias, minha irmã e eu resolvemos leva-la a um médico especialista ‘gastro’, e resumindo ele logo diagnosticou, trata-se de um caso de MEGACOLON, meu desespero maior foi pesquisar na internet, numa Lan House que a criança já nasce com essa doença, muitos morrem nos primeiros anos de vida e que os demais não passam dos 10 anos de vida. Eu pirei! Meu Deus minha filha tem 10 anos! Na mesma semana fomos fazer o tal exame chamado ‘ENEMA OPACO’, com um detalhe mais agravante pois o aparelho que realiza este tipo de exame estava quebrado no hospital das clínicas, e a única solução era correr para o particular novamente e pagamos, minha irmã quem pagou o exame, meu dinheiro que tinha acabara, e a situação da vida e da morte era evidente, e já não sabia mais o que fazer, e ao mesmo tempo eu sendo mãe, a via e a vejo com muita saúde e vida a viver, e jamais a tratei como uma pobrezinha que logo irá ‘morrer’, continuei a vida, eu com dores encontradas em todo meu corpo para não passar para ela minha preocupação.

Hoje finalmente consegui um encaminhamento para a Instituição de Curitiba onde moro, o medico ainda se negou a me encaminhar, e fui atrás exigir os meus direitos denunciando no 0800 da Ouvidoria da Saúde, e depois disto o denunciei para a suposta ‘chefe’ dele e finalmente consegui o tal encaminhamento, onde agora estou tratando do caso doentio da minha filha.

Deixo todos tranqüilos que o caso dela não é um caso agudo da doença, por isso o desenvolvimento dela, mas ainda corre o risco de ainda fazer uma cirurgia pesada. Ela passa bem, feliz e tranqüila como sempre foi.

Apenas não evacua!

Por isso volto no assunto de que sempre que tiverem algum problema, não ezite, lute, fale conte a alguém, talvez este ou aquele não possa te ajudar, mas sempre terá um disposto em fazê-lo.

As mulheres que sofrem com seus maridos dentro das suas casas, falem com a vizinhança, mas não deixe que te faltem respeito.

Termino este longo texto feliz, porque a vida me deu presentes dos quais me orgulho muito, e o principal dele, me deu dignidade e liberdade de expressão, pois sem ela não sou nada, sem as palavras também não sou nada e sem garra não posso ser nada.

Paola Vannucci

19/03/2008

5 Comentários:

  • Dora,

    Em primeiro fiquei muito orgulhosa do texto e da sua publicação, rs
    Obrigada querida, e tb vim parabenizar poelo blog informativo que aqui leio, passeo o tempo livre de hj para debulhar o blog, os assuntos dos Jornal em si e demais assuntos aqui presentes,

    A casa das Rosas é minha segunda casa de SP, gosto muito......

    Querida
    obrigada

    PAola

    Por Blogger Paola Vannucci, às 5:22 PM  

  • A luta de Paola é pertinente e, por isso, merece atenção das autoridades de sáude do país. Com certeza, outras mães também passaram por constrangimentos semelhantes ao dela quando vão pedir encaminhamentos nos postos médicos e hospitais brasileiros.
    Já é tempo do jogo da cidadania ser favorável para pessoas como Paola, que são patriotas e, com seu exemplo de honestidade, trabalham para que as situações da vida nacional sejam só de progesso e felicidade.

    Por Blogger Harold, às 8:13 PM  

  • Paola...
    Sempre admirei seu ímpeto pra luta... todos deveríamos GRITAR pelos constrangimentos que passamos nesta vida por conta de descasos deste sistema nojento e sem cabimento...
    Este planeta poderia ser transformado se o povo soubesse o poder que tem...
    Parabéns pela sensibilidade, coragem, determinação...
    "´Há que endurecer,
    porém sem perder a ternura..."

    Por Anonymous Anônimo, às 1:56 PM  

  • Essa aí de cima é Andrea... não consegui colocar meu nome...

    Por Anonymous Anônimo, às 1:58 PM  

  • Paola
    Amiga de há pouco, nunca poderia imaginar que passava por momentos tão difíceis.
    Fico sem palavras diante deste relato. Retirando a emoção, se me é possível, fico a pensar em que tipo de cidadania estamos criando para nós ou em que tipo de seres humanos estamos nos transformando numa sociedade que ACEITA que seus direitos lhe sejam retirados? Quem tem seguro de sáude é cidadão?
    Que tem dinheiro tem saúde?
    Que país é esse?
    Que tipo de perversão estamos aceitando acriticamente?????

    sim, Paola, vc tem PALAVRA, GARRA e articulação politica para ir muito além.

    Ana Paula Perissé

    Por Blogger Anna Ciber Red, às 8:50 PM  

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