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24.11.10

www.cidadessemfome.com.br











PROJETO

CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS

Organização Cidades sem Fome
Rua Ribeiro Baião, 111 – Jardim Laranjeiras
São Paulo – SP
Cep 08381-110

www.cidadessemfome.com.br

cidadessemfome@uol.com.br
htemp@uol.com.br 11 2735-4842 11 9820-5784

Hans Dieter Temp
Março 2010.


“PROJETO CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS”

1 - RESUMO DO PROJETO
O projeto visa utilizar áreas públicas ou privadas que não tenham utilização específica, para a implantação e desenvolvimento de hortas comunitárias e agricultura urbana, objetivando levar às comunidades carentes, oportunidades de trabalho, capacitação profissional e geração de renda através da comercialização dos produtos obtidos pelos participantes. Combater a desnutrição e melhorar a qualidade de vida dos participantes e suas famílias através do acesso à alimentos saudáveis e nutritivos e trazer melhorias ambientais. Superar a insegurança alimentar e nutricional, com sustentabilidade ambiental e econômica em regiões metropolitanas é hoje um dos maiores desafios para sociedades de todo o mundo. Reduzir a fome e o desemprego e, ainda, devolver à terra sua função de produzir tem se consolidado cada vez mais como responsabilidade de agentes sociais, comunidades e poder público. O aproveitamento de espaços urbanos disponíveis ou subutilizados, por meio do cultivo de frutas, hortaliças e plantas medicinais é uma tendência de futuro, que extrapola as iniciativas pioneiras em pátios de escolas ou creches. A agricultura está entre as principais vocações econômicas de muitos espaços periféricos urbanos e metropolitanos. Sua proximidade com o mercado consumidor faz dela uma atividade dotada de grande potencial de crescimento. As hortas comunitárias possuem uma elevada capacidade de geração de emprego e de renda e permitem a criação de empregos sustentáveis a custos relativamente baixos. Dentre as contribuições ambientais, podem ser destacadas a diminuição do acúmulo e a melhoria da qualidade da água. Uma parcela de lixo orgânico pode ser reciclada em compostos para fertilização dos solos e os recipientes, principalmente plásticos, podem ser reaproveitados para a produção de mudas e cultivo de algumas espécies. O valor estético de espaços verdes, a formação de microclimas, a preservação de doenças por meio de uma alimentação diversificada e o poder curativo das plantas medicinais são componentes da qualidade de vida proporcionadas pela agricultura urbana e pelas hortas comunitárias. Entre tantas possibilidades e inicativas, sem dúvida, o desenvolvimento da agricultura urbana e das hortas comunitárias tem importante papel para contribuir para o futuro da sustentabilidade das cidades.


2 - PROBLEMAS APRESENTADOS / O CONTEXTO
A Zona Leste de São Paulo, seus bairros e suas comunidades, devido a sua concentração habitacional e a inexistência de programas de geração de emprego para a população economicamente ativa, desponta como um pólo de miséria e violência dentro do contexto municipal. A precariedade de ligações viárias, as más condições sociais e a baixa densidade econômica fazem com que a região esteja segregada do resto da metrópole, determinando o círculo da exclusão social. Caracteriza-se pela extrema pobreza de suas populações, inexistência de oportunidades de trabalho para jovens e pessoas da terceira idade. A população desses bairros é formada, em sua maioria, por pessoas que migraram dos estados do Nordeste do Brasil para a capital paulista em busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Os moradores dessas comunidades buscam compor seu orçamento através de serviços temporários que exigem pouca qualificação profissional, como trabalhos de eletrecista, ajudante de pedreiro, diaristas, faxineiras, lavadores de carros e, principalmente, atividades relacionadas à coleta e a comercialização de materiais recicláveis. Porém, grande parte da população economicamente ativa dessa região encontra-se desempregada, e por vezes, a distribuição de cestas de alimentos por parte da prefeitura ou de entidades assistenciais constituem a única fonte de alimentação para grande parte das famílias locais.

3 - SOLUÇÃO PROPOSTA
A Organização Cidades sem Fome implanta e desenvolve o projeto "Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias". Esse projeto visa utilizar áreas públicas ou privadas que não tenham utilização específica, para a implantação e desenvolvimento de hortas a fim de proporcionar às comunidades carentes, oportunidades de trabalho, meios para capacitação profissional e geração de renda através da comercialização dos produtos obtidos pelos participantes do projeto. Tem por objetivo também, combater a desnutrição e melhorar a qualidade de vida das comunidades, uma vez que busca viabilizar o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos além de trazer benefícios de caráter ambiental para esta população. A forma de atuação do projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” consiste na implantação de hortas comunitárias em áreas urbanas de grande concentração habitacional e esta inciativa possui, como público prioritário, comunidades carentes que ocupam a periferia da RMSP. A proposta visa, sobretudo, oferecer alternativas para o desenvolvimento local dessas comunidades e minimizar os riscos e as condições de vulnerabilidade a que estão sujeitas. A Organização Cidades sem Fome busca fomentar uma mobilização comunitária (sem, no entanto, isentar o poder público de suas responsabilidades) e, por meio da implantação de hortas em terrenos baldios e áreas subutilizadas, garantir, além de uma fonte de geração de renda, o aproveitamento de mão-de-obra ociosa (principalmente juvenil e pessoas da terceira idade), o fornecimento de alimentos frescos cultivados em bases orgânicas, contemplando, também, a questão da segurança alimentar e do ganho de auto-confiança por parte dos envolvidos. Também busca incentivar o cooperativismo e difundir princípios e uma consciência ecológica através da realização de oficinas e de práticas de Educação Ambiental. Almeja, portanto, atuar positivamente sobre questões de relevância social, econômica e ambiental. A criação e manutenção destas hortas proporciona uma melhora das condições de vida desta parte da população, oferecendo oportunidades de trabalho, capacitação profissional dos participantes e de seus dependentes, a geração sistemática de renda com a comercialização de legumes, hortaliças e frutas produzidos pelo projeto, uma agregação de valor após o processamento destes produtos e a formação de cooperativas ou associações abrangendo os núcleos de produção. Ao criar possibilidades para auferir renda de forma autîonoma e promover uma capacitação profissional, o projeto fornece instrumentos que também viabilizam o rompimento com o ciclo assistencialista a que diversas famílias se submetem devido à falta de alternativas para que se desenvolvam de forma digna.

4 - APRESENTAÇÃO DAS VANTAGENS DAS HORTAS COMUNITÁRIAS
ASPECTOS SOCIAIS
Saúde:
No que diz respeito à saúde da população, na medida que as hortas comunitárias complementam a alimentação básica de um indivíduo, fornecendo alimentos frescos de reconhecido valor nutricional, contendo fibras, vitaminas e demais componentes indispensáveis a uma nutrição adequada, diminui-se a incidência de enfermidades, cuja ocorrência, em grande parte, se dá pela baixa resistência orgânica causada por uma dieta desbalanceada. Além disto há a questão do fornecimento do alimento a pessoas ou famílias que simplesmente não tem acesso a uma única refeição por dia, situadas abaixo da linha de pobreza.

Ocupacional:
O desemprego que atinge cerca de 1,9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, tem como coadjuvante, no cenário de miséria em que vive esta população, a violência, que se instala de forma oportunista, ocupando vazios institucionais, onde o poder público, por falta de políticas objetivas, cedeu espaço à contravenção. Além disto, a falta de ocupações em regiões adensadas é por sí só fator gerador de violência doméstica, alcoolismo, dentre outros males.

ASPECTOS ECONÔMICOS
A demanda por mão de obra agrícola na olericultura é cerca de dez vezes maior do que a média estadual obtida com as principais culturas. Além de serem muito intensivas em mão de obra, a sazonalidade na demanda por trabalhadores é muito baixa na olericultura, sendo as atividades bem distribuídas por quase todos os meses do ano, fazendo com que o trabalho e produção sejam praticamente constantes durante quase todo o processo. Portanto tem-se a geração de trabalho intensivo e renda em uma metrópole que possui 18,4 % de sua população economicamente ativa desempregada.
Deve-se considerar também que a produção de alimentos nas hortas comunitárias poderá se valer de insumos de baixo custo, como resíduos de poda ou rejeitos orgânicos domésticos que podem ser transformados em adubo orgânico, agregando valor econômico ao que representa um passivo ambiental para as prefeituras municipais.

ASPECTOS AMBIENTAIS
Dentre os benefícios ambientais decorrentes da implementação de uma política voltada para o desenvolvimento de hortas comunitárias podem ser citados:
• Aumento da capacidade de infiltração da água nos solos, provocando uma diminuição do volume de escoamento superficial de águas pluviais, tanto nas áreas destinadas à implantação dos projetos quanto no seu entorno;
• Incremento das reservas de águas subterrâneas devido à maior infiltração das águas pluviais;
• Aumento das áreas verdes;
• Aumento da vida útil dos aterros sanitários através da utilização de resíduos orgânicos para a produção de composto;
• Melhoria da qualidade da paisagem urbana.

CONTRIBUIÇÃO DAS HORTAS COMUNITÁRIAS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR E PARA A NUTRIÇÃO DAS FAMÍLIAS:
A definição de segurança alimentar evoluiu para a ênfase atual ao acesso à comida, indo, portanto além do conceito inicial que apenas considerava a disponibilidade de comida (no mercado). Hoje, segurança alimentar também pressupõe que a comida seja saudável, completa do ponto de vista nutricional, inclusive com as vitaminas e proteínas necessárias, mais do que simplesmente contemplar o aspecto calórico. Assim, para haver segurança alimentar, é necessário que haja disponibilidade, durante todo o ano, em níveis nacional e comunitário, dos alimentos necessários à população; que as famílias tenham acesso físico e econômico a uma quantidade suficiente em quantidade, qualidade e variedade de alimentos, e que os provedores domésticos e institucionais tenham tempo, conhecimento e motivação para assegurar que sejam atendidas todas as necessidades nutricionais de todos os membros da família. É essencial compreender a contribuição que as hortas comunitárias podem fazer a ambos os aspectos da segurança alimentar (acessibilidade e qualidade). O acesso à comida é uma condição de segurança alimentar. No mundo atual, com raras exceções (causadas por secas, guerras e pelos desequilíbrios provocados por elas), existem bastantes alimentos para atender todas as pessoas – nas áreas rurais e urbanas. Entretanto, não existem garantias de que todos os segmentos da população tenham acesso suficiente e a tempo a esses alimentos. Os que tem menos chance de consegui-los são os pobres, os vulneráveis, e os membros mais isolados da sociedade. Através de inúmeros canais de comercialização e mecanismos informais, a maior parte dos alimentos produzidos em áreas urbanas são consumidos lá mesmo, freqüentemente pelos produtores ou pelas famílias mais próximas a eles. As hortas comunitárias fornecem alimentos e reduzem os seus preços, principalmente nos picos sazonais de produção. Durante os tempos de emergência, ou quando os canais de transporte e distribuição são desorganizados, os produtos das hortas comunitárias podem ser mais que suplementares, tornando-se a principal fonte de alimentos para os consumidores urbanos. Uma dieta saudável exige uma combinação apropriada de micro e macronutrientes para atender as necessidades de cada pessoa de uma família, considerando seu sexo, sua idade, e suas condições de saúde. Dois fatores são os principais responsáveis por impedir que os moradores urbanos tenham uma dieta saudável: a pobreza e a falta de produtos frescos. Famílias pobres não podem arcar regularmente com os gastos para comprar os alimentos perecíveis que contém micronutrientes essências para a saúde, especialmente importantes para as crianças. Mas mesmo os moradores urbanos menos pobres podem enfrentar dificuldades para encontrar quantidades suficientes de frutas e hortaliças. Se os canais de abastecimento do campo para as cidades forem inadequados, esses produtos serão sempre escassos. Os alimentos produzidos pelas hortas comunitárias são, portanto, ricos em nutrientes e necessários para aliviar a subnutrição nos lares pobres e podem, assim, contribuir de modo importante para a segurança alimentar doméstica. A produção de tais alimentos perto das populações que precisam deles os torna mais acessíveis a tais consumidores. Entretanto, para aumentar a segurança alimentar é importante que as necessidades nutricionais dos consumidores esteja disponível para os produtores e que os alimentos sejam produzidos de modo seguro e saudável. Os trabalhos e a renda criados pelas hortas comunitárias também oferecem o potencial para reduzir a insegurança alimentar. O grande objetivo desse projeto é incentivar grupos de produtores a buscar uma alternativa de comercialização de seus produtos, agregando-lhes valor, possibilitando assim, a remuneração pelo seu trabalho.

EVIDÊNCIA DO IMPACTO DAS HORTAS COMUNITÁRIAS NA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DOS LARES.
As hortas Comunitárias reduzem a insegurança alimentar na medida que aumenta o acesso à comida – especialmente à alimentos frescos e ricos em nutrientes – entre as populações mais afetadas, pobres e vulneráveis, beneficiando especialmente as crianças – seja diretamente pela autoprovisão, seja graças à renda acrescida pela venda da produção. Como as famílias pobres chegam a gastar 60-80% de sua renda em comida, ambas as opções podem ter um impacto importante no bem estar das famílias. Além dessas evidências, constatamos que:
• as famílias que cultivam alimentos são menos dependentes de programas de doação de cestas de alimentação;
• a demanda das cidades por alimentos frescos e perecíveis é melhor atendida pela produção urbana e peri urbana que a rural;
• os produtores urbanos consomem mais hortaliças que os produtores não urbanos e consumidores mais ricos;
• os benefícios são maiores para a família quando há a participação de mulheres entre os produtores.

VANTAGENS QUE AS HORTAS COMUNITÁRIAS PODEM TRAZER PARA A CIDADE:
• Geração de renda para os produtores, oportunidades de trabalhos urbanos, absorção de mão-de-obra migrante rural, absorção de mão-de-obra adolescente, oportunidade de trabalho para mulheres, criação de segurança alimentar, reciclagem de lixo doméstico e urbano, reciclagem de águas pluviais, disponibilização de alimentos frescos e mais baratos, disponibilização de proteínas, melhora do meio-ambiente urbano, aprimoramento estético urbano, criação de Agroindústrias (mais empregos), prazer de cultivar e criar, trabalho/Prazer para a Terceira Idade.

6 – EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROJETO
A Organização Cidades sem Fome, viabiliza através de pareceres técnicos, áreas para o desenvolvimento das hortas, identifica parcerias para a implantação do projeto, apresenta o projeto nas comunidades do entorno das áreas escolhidas, realiza o levantamento sócio-econômico das famílias, identifica as pessoas que irão trabalhar no projeto, inicia a preparação estrutural das áreas e os trabalhos de recuperação do solo, adubação, e montagem dos canteiros onde serão implantadas as culturas. Posteriormente inicia o processo de capacitação dos envolvidos, através da realização de atividades práticas e cursos de aprendizado técnico, incentivando e orientando quanto às melhores formas e alternativas para a comercialização dos produtos, visando a geração de renda por parte dos participantes e a autosustentabilidade do projeto. O projeto estimulará a formação da Associação de Pequenos Agricultores Familiares Urbanos entre os seus beneficiados, que será composta essencialmente de pessoas afetadas diretamente pela problemática do desemprego e do subemprego como adolescentes, mulheres, pessoas da terceira idade e que poderão obter uma oportunidade de trabalho e renda com o desenvolvimento da unidade produtiva da horta comunitária. Ao utilizar esta atividade para o seu sustento, estes indivíduos poderão ser enquadrados como Agricultores Familiares e obterão a Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Agricultura Familiar, que os habilita a participar em vários programas do governo federal nas áreas de comercialização (programas de aquisição de alimentos), agroindústria, crédito, seguro e previdência. Essa Associação permitirá, aos beneficiados, participar, como entidade, do Fórum de Agricultura Urbana de São Paulo, que tem como objetivo, constituir-se um instrumento de contribuição para a implementação da Agricultura Urbana como política pública na região metropolitana de São Paulo. O acompanhamento dos resultados do projeto é realizado através de relatórios de técnicos especializados na implantação e na evolução dos trabalhos, contratados pela Organização Cidades sem Fome. Estes técnicos confeccionam diagnósticos e pareceres, possibilitando aos gestores do projeto dirimir erros ou possibilitar a melhoria nos segmentos apontados como deficientes. O acompanhamento também se dá através de reuniões mensais com os beneficiários, nas quais são discutidas e avaliadas questões de interesse individual e do grupo, sempre obedecendo a critérios que viabilizem sustentabilidade das atividades, favorecendo a sua continuidade. Técnicos agrícolas da Organização Cidades sem Fome fazem o acompanhamento in loco dos trabalhos desenvolvidos nas hortas comunitárias e sua função consiste, também, em fomentar uma gestão participativa por meio de uma sensibilização dos participantes do projeto, incentivando o fortalecimento da sua capacidade de intervenção, bem como a valorização de suas contribuições na solução dos problemas, possibiliatando, aos beneficiários, reconhecerem-se como atores ativos na gestão urbana e na busca pela melhora de sua qualidade de vida. A participação em espaços de diálogo e na tomada de decisões comunitárias, de negociações com autoridades municipais, propicia uma convergência de princípios e ações em torno de uma estratégia para a inclusão social e para a efetivação de uma governabilidade participativa.

7 – ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO
O aspecto central do trabalho é a adoção de metodologias participativas, em todas as ações e etapas. O foco do trabalho será a seleção das prioridades da ação a partir do ponto de vista e das reivindicações dos beneficiários e seus dependentes. Serão adotadas nas ações, métodos e estratégias que fomentem a organização dos beneficiários, os trabalhos coletivos e em grupo. Também serão adotadas estratégias de socialização dos resultados obtidos nas ações concretas e na investigação dos processos agroecológicos, visando o envolvimento do maior número possível de famílias em todas as etapas dos trabalhos. Outra preocupação da proposta do projeto das hortas respeito ao trabalho com os jovens, mulheres e alunos de escolas públicas.

8 - AVALIAÇÃO
A Organização Cidades sem Fome e suas parceiras serão encarregadas de definir as diretrizes e as prioridades das ações. Assim poderão avaliar os resultados obtidos e reorientar os processos e métodos adotados, quando necessários. Todas as ações projetadas no Plano de Trabalho das hortas serão avaliadas por seus participantes quando de sua realização e serão realinhadas tão logo se identifique algum problema no processo. As reuniões entre os gestores para a avaliação do projeto serão mensais e, quando necessário, serão realizadas reuniões extraordinárias para deliberar sobre assuntos específicos.

9 – GESTÃO
A gestão do projeto é realizada através de especialistas da Organização Cidades sem Fome, administradores com experiência na elaboração e no desenvolvimento de projetos sociais, técnicos agrícolas que identificam e avaliam possíveis áreas para a realização do projeto, coordenam a implantação e o desenvolvimento das hortas comunitárias com técnicas modernas de capacitação e produção. Equipes com formação específica na área social desenvolvem levantamentos sócio-econômicos nas comunidades, tornando possível assim, identificar as pessoas que mais necessitam de ajuda e selecionam interessados com perfil para ingressar no projeto. Monitores acompanham o processo de capacitação dos envolvidos, enfatizando a auto-suficiência do projeto. Para a gestão do projeto, a Organização Cidades sem Fome disponibiliza em seus quadros de colaboradores 01 Administrador de Empresas, 01 Nutricionista, 02 Técnicos Agrícolas, 01 Técnico em Nutrição, 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Relações Internacionais e 01 Assistente Social
10 - ESTRUTURA DE OPERAÇÃO
A Organização Cidades sem Fome capta os recursos necessários, viabiliza áreas para o desenvolvimento das hortas, identifica parcerias para a implantação do projeto, apresenta o projeto nas comunidades do entorno das áreas escolhidas, realiza o levantamento sócio-econômico das famílias, identifica as pessoas que irão trabalhar no projeto, inicia a preparação estrutural das áreas e os trabalhos de recuperação do solo, adubação, montagem dos canteiros onde serão implantadas as culturas, começa a capacitar os envolvidos, promove atividades práticas e cursos de aprendizado técnico, incentiva e orienta as técnicas de comercialização visando a geração de renda para os participantes e a autosustentabilidade do projeto. Possui para a operacionalização das atividades propostas no projeto maquinários, equipamentos e veículos suficientes para alcançar as metas estipuladas.
11 - SUSTENTABILIDADE
O projeto estimulará a formação da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares Urbanos entre os seus beneficiados, que será composta essencialmente de pessoas afetadas diretamente pela problemática do desemprego e do subemprego como adolescentes, mulheres, pessoas da terceira idade e que poderão obter uma oportunidade de trabalho e renda com o desenvolvimento da unidade produtiva da horta comunitária. Na medida que estas pessoas começam a utilizar esta atividade para o seu sustento, poderão ser enquadradas como Agricultores Familiares e obter a Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Agricultura Familiar, o que os possibilitará a participar em vários programas do governo federal nas áreas de comercialização (programas de aquisição de limentos), agroindústria, crédito, seguro e previdência. Essa Associação permitirá os beneficiados, participar como entidade, do Fórum de Agricultura Urbana de São Paulo, que tem como objetivo, ser um instrumento de contribuição para a implementação da Agricultura Urbana como política pública na região metropolitana de São Paulo.
12- REAPLICAÇÃO / FORMA DE TRANSFERÊNCIA DO PROJETO E SUA TECNOLOGIA SOCIAL
A institucionalização da agricultura urbana no município de São Paulo garante a consolidação de ações como o projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias no tempo, desatrelando-as de uma determinada gestão municipal, favorecendo e estimulando a reprodução desta prática. A integração da agricultura urbana no marco normativo da cidade de São Paulo a partir da inclusão de artigos sobre o tema no Plano Diretor legitimou esta atividade incorporando-a a uma estratégia de desenvolvimento municipal. A criação do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana no município de São Paulo, através da Lei nº 13.727, do decreto 45.665/04, regulamentou esta prática e gerou um espaço para a discussão de sua normatização. Outro elemento que favorece a adaptação e a reprodução do projeto em outras áreas é o Fórum de Agricultura Urbana e Periurbana do município de São Paulo que possui, como objetivo, constituir-se em um instrumento articulador entre as instituições.












13 – PATROCINADORES E APOIADORES



1 – PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS
2 – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
3 – INSTITUTO HSBC
4 – INSTITUTO HSBC/LONDRES
5 – ECOURBIS AMBIENTAL S/A
6 – EMBAIXADA DA SUIÇA
7 – EMBAIXADA DA AUSTRÁLIA
8 – EMBAIXADA DA NOVA ZELÂNDIA
9 – CONSULADO DO JAPÃO-SP
10 – FUNDAÇÃO INTER-AMERICANA DE DESENVOLVIMENTO-IAF, USA
11 – SYNGENTA SEEDS
12 – STIHL EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS



São Paulo, 08 de outubro de 2010.


À
FORD MOTOR COMPANY
A/C Coordenação 15º Prêmio Ford de Conservação Ambiental
Av. do Taboão, 899 – CPI 9825 – Rudge Ramos
São Bernardo do Campo – SP
Cep: 09655-900


Prezados Senhores,

A Organização Cidades sem Fome declara que está de acordo com o regulamento do 15º Prêmio Ford de Conservação Ambiental e reafirma a veracidade das informações prestadas no projeto enviado.

Atenciosamente,


Hans Dieter Temp
Fundador/Coordenador de Projetos


PROJETO CIDADES SEM FOME/ HORTAS COMUNITÁRIAS

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL, GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA


1. INFORMAÇÃO SOBRE A ORGANIZAÇÃO REQUERENTE

Nome da Organização: Organização Cidades sem Fome
Cidade: São Paulo Estado: SP
Localização:
A Organização Cidades sem Fome possui sua sede na zona leste da capital paulista, onde também estão localizadas a maioria de seus projetos. O acesso é bastante simples. Para quem está no centro da cidade, seguir a Avenida Radial Leste, seguir pela Avenida Aricanduva, depois Avenida Ragueb Choffi e finalmente segue-se pela Avenida Bento Guelfi. A sede da Organização fica em uma rua transversal a esta última.

Endereço Postal: Rua Ribeiro Baião, 111 – Jardim Laranjeiras.
São Paulo, SP – CEP 08381-110
Telefone/fax: 11 2735-4842 / 11 9820-5784
Homepage: www.cidadessemfome.com.br
Email: cidadessemfome@uol.com.br / htemp@uol.com.br
Membros da Organização:
Homens Mulheres Voluntários Outros
Número 08 04 - -

Liderança da Organização
Cargo Nome
Hans Dieter Temp Fundador/Administrador e Coordenador de Projetos
Presidente Adilson Alves dos Santos
Hans Christian Ribeiro Temp Tesoureiro
Constituição da Diretoria encontra-se junto aos documentos oficiais da Organização.


Histórico da Organização Cidade sem Fome:
A Organização Cidades sem Fome, organização não governamental, foi fundada em dezembro de 2003. Tem como propósito, introduzir uma alternativa de desenvolvimento sustentável aliado à produção de alimentos em locais de grande concentração habitacional, em comunidades carentes, para atenuar a situação de pobreza das populações que se encontram em situação de vulnerabilidade social, atuar positivamente sobre questões de relevância social, econômica e ambiental. Trabalhar questões relativas à capacitação profissional, a geração de trabalho e renda dos envolvidos nas atividades de seus projetos.


Principais projetos e atividades:
Implantação e desenvolvimento de 21 núcleos de hortas comunitárias na região leste da capital paulista, com o apoio da Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Ecourbis Ambiental - 665 pessoas diretamente beneficiadas.
Desenvolvimento do projeto de combate à desnutrição infantil: cursos de reaproveitamento alimentar, programas de qualidade de vida, programas de combate à verminose e diarréia através de alimentação específica – 60 pessoas beneficiadas.
Condução de programas de aleitamento materno – 120 pessoas beneficiadas
Palestras sobre hábitos alimentares e princípios de alimentação equilibrada – 150 pessoas beneficiadas.
Palestras sobre higiene dos alimentos, programas educacionais sobre a importância do aproveitamento e reaproveitamento alimentar – 170 pessoas atendidas.
Palestras sobre planejamento familiar – 210 pessoas atendidas.
Participação na elaboração da Lei de Agricultura Urbana e Periurbana no município de São Paulo e na sua regulamentação.
Participação da Organização Cidades sem Fome do IV Seminário sobre Agricultura Urbana e Periurbana na Assembléia Legislativa promovida pelo Fórum de Agricultura Urbana e Periurbana da Região Metropolitana de São Paulo – 120 participantes.
Participação na Coordenação do Fórum de Agricultura Urbana e Periurbana da Região Metropolitana de São Paulo.
Participação como expositor no 1º Fórum de Tecnologias Sociais em Salvador, Bahia, promovido pela Rede de Tecnologia Social - RTS onde o projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” foi classificado e incluído na Rede de Tecnologia Social do Brasil
Participação do 1º Seminário Nacional de Agricultura Urbana em Brasília, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias.

A OCSFome é respaldada em suas decisões, por seus membros, legalmente constituídos, através de reuniões e assembléias periódicas, onde são pautados, votados e deliberados assuntos de que constituirão a planilha de atividades da entidade. A OCSF para a gestão de seus projetos conta com 01 Administrador de Empresas, 01 Nutricionista, 02 Técnicos Agrícolas, 01 Técnica em Nutrição, 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Assistente Social e 01 Relações Internacionais.

O Coordenador do projeto:
Hans Dieter Temp
Técnico Agrícola com experiência no cultivo de arroz, soja, milho, trigo, feijão em grandes escalas. Vivência em projetos de produção de hortaliças em estufas e no processo tradicional de produção. Experiência no cultivo de hortaliças em processos hidropônicos. Larga vivência em trabalhos de implantação de pomares e projetos de reflorestamento. Participação em projetos de catalogação e desenvolvimento de banco de dados de espécies nativas brasileiras. Conhecimento das técnicas de produção de mudas de plantas frutíferas, leguminosas, arbóreas, medicinais e aromáticas e flores em viveiros. Grandes conhecimentos em análises e manejo de solo. Experiência no manuseio e na manutenção de máquinas e implementos agrícolas. Facilidade de relacionamento interpessoal com participantes de projetos e público em geral, liderança e iniciativa. Experiência no desenvolvimento de projetos sociais para a geração de emprego e renda. Foi Coordenador do Programa de Agricultura Urbana da Prefeitura do Município de São Paulo pela Secretaria do Meio Ambiente, coordenador da implantação do projeto “Hortas nas Escolas” da cidade de Peruíbe/SP e coordenador Administrativo e Financeiro da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura Municipal de São Paulo. Foi o fundador e atualmente coordena a ONG Organização Cidades sem Fome, em projetos de Agricultura Urbana e Hortas Comunitárias. Formação: Curso Técnico em Agropecuária e Políticas Ambientais – Tübingen – Alemanha e Administrador de Empresas, Rio de Janeiro, RJ. Outros Cursos: Curso de Formação de Educadores e Gestores de Projetos de Geração de Renda – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas-SP, Curso sobre Métodos de Gerenciamento de Projetos – Agência de Cooperação Internacional do Japão-JICA-SP, Gestão de Projetos Sociais – BrazilFoundation.

2. INFORMAÇOES SOBRE O PROJETO
Nome do Projeto: Projeto ‘Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias”.
Tipo de Projeto: Implantação e Desenvolvimento de Hortas Comunitárias e Agricultura Urbana.

Este projeto já está em curso ou trata-se de um novo projeto?
O projeto teve início no ano de 2004. Atualmente a Cidades sem Fome possui 21 hortas implantadas. Muitas delas já se encontram em plena autosustentabilidade e outras estão em vias de se manter com os recursos produzidos pelos beneficiários com a comercialização dos produtos obtidos nas hortas.

Descrição do projeto/Sumário Executivo
A Organização Cidades sem Fome implanta e desenvolve o projeto "Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias". Esse projeto visa utilizar áreas públicas ou privadas que não tenham utilização específica, para a implantação e desenvolvimento de hortas a fim de proporcionar às comunidades carentes, oportunidades de trabalho, meios para capacitação profissional e geração de renda através da comercialização dos produtos obtidos pelos participantes do projeto. Tem por objetivo também, combater a desnutrição e melhorar a qualidade de vida das comunidades, uma vez que busca viabilizar o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos além de trazer benefícios de caráter ambiental para esta população. A forma de atuação do projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” consiste na implantação de hortas comunitárias em áreas urbanas de grande concentração habitacional e esta iniciativa possui, como público prioritário, comunidades carentes que ocupam a periferia da Região Metropolitana de São Paulo. A proposta visa, sobretudo, oferecer alternativas para o desenvolvimento local dessas comunidades e minimizar os riscos e as condições de vulnerabilidade a que estão sujeitas. A Organização Cidades sem Fome busca fomentar uma mobilização comunitária (sem, no entanto, isentar o poder público de suas responsabilidades) e, por meio da implantação de hortas em terrenos baldios e áreas subutilizadas, garantir, além de uma fonte de geração de renda, o aproveitamento de mão-de-obra ociosa ( principalmente de mulheres e pessoas da terceira idade), o fornecimento de alimentos frescos cultivados em bases orgânicas, contemplando, também, a questão da segurança alimentar e do ganho de auto-confiança por parte dos envolvidos. Também busca incentivar o cooperativismo e difundir princípios e uma consciência ecológica através da realização de oficinas e de práticas de Educação Ambiental. Almeja, portanto, atuar positivamente sobre questões de relevância social, econômica e ambiental. A criação e manutenção destas hortas proporciona uma melhora das condições de vida desta parte da população, oferecendo oportunidades de trabalho, capacitação profissional dos participantes e de seus dependentes, a geração sistemática de renda com a comercialização de legumes, hortaliças e frutas produzidos pelo projeto, uma agregação de valor após o processamento destes produtos e a formação de cooperativas ou associações abrangendo os núcleos de produção. Ao criar possibilidades para auferir renda de forma autônoma e promover uma capacitação profissional, o projeto fornece instrumentos que também viabilizam o rompimento com o ciclo assistencialista a que diversas famílias se submetem devido à falta de alternativas para que se desenvolvam de forma digna.
Objetivos:
1. Implantar núcleos de hortas comunitárias na cidade de São Paulo com a finalidade de promover melhores condições de inserção social de populações carentes através da disponibilização de oportunidades de trabalho, da capacitação profissional e da geração de renda.
2. Promover a educação alimentar com o objetivo de suprir as deficiências nutricionais das comunidades carentes;.
3. Promover a educação ambiental e sanitária a partir dos contextos locais.
4. Criar pequenas unidades de beneficiamento de produtos agropecuários de origem vegetal.
5. Criar e implementar mecanismos que estimulem os beneficiários do projeto a processarem produtos in natura de origem vegetal, agregando-lhes valor.
6..Incentivar a formação e a organização de associações, cooperativas, grupos, núcleos de agricultores urbanos, a partir da comercialização de seus produtos.

Número de pessoas participantes do projeto:
Homens Mulheres Meninos Meninas
Número 213 452
Total 665

A participação das pessoas:
Os membros da comunidade local escolhidos serão envolvidos em experiências de produção agrícola, objetivando aos mesmos a ter uma visão holística da cadeia alimentar e proporcionar a autonomia na gestão dos empreendimentos gerados pela comunidade. A comunidade participará do projeto de produção de alimentos que serão distribuídos em parte para o auto-consumo dos participantes e suas famílias e o excedente da produção será comercializado. O dinheiro obtido será dividido entre os trabalhadores, assegurando assim, a geração de renda, a permanência dos trabalhadores nas atividades das hortas comunitárias e a autosustentabilidade futura do projeto.
A metodologia utilizada envolve a comunidade do bairro para constituir uma comissão composta de representantes de órgãos públicos, de organizações populares, de ong’s atuantes na região e de representantes dos beneficiários. Essa comissão terá a função de selecionar as famílias que participarão das atividades agrícolas, de realizar o diagnóstico e planejamento participativo para a concretização do plano de trabalho a ser desenvolvido pelos produtores urbanos. Esses produtores, apoiados pela comissão, buscarão novos atores sociais para consolidar a sustentabilidade do empreendimento. Serão realizadas atividades classificadas como formais (reuniões e palestras) e informativas (encontros e treinamentos).
A População – Histórico:
A cidade de São Paulo e sua Região Metropolitana (RMSP) compreendem a terceira maior população mundial urbana, com 19.385.332 habitantes, superada apenas pelas populações da Cidade do México e de Tóquio. A zona leste da capital paulista , devido à concentração habitacional e à inexistência de programas de geração de emprego para a população economicamente ativa, desponta como um pólo de miséria e violência dentro do contexto municipal. Apesar de estar situada na Região Metropolitana, a precariedade de ligações viárias, as más condições sociais, dadas as dificuldades de acesso, apropriação e fruição de uma infra-estrutura de saúde, educação e lazer adequadas, aliadas à baixa densidade econômica fazem com que a região não se beneficie dos equipamentos sociais disponíveis na metrópole. Esta condição se evidencia ao observarmos os indicadores associados aos cerca de 3,3 milhões de habitantes que moram na Zona Leste (33% do total paulistano e 17,76% da população da Região Metropolitana de São Paulo), que apresentam como IDH médio 0,478 ( enquanto o município de São Paulo possui IDH de 0,841) um índice de mortalidade infantil de 32%, e uma taxa de criminalidade de indesejáveis 76,3 casos/ano para cada 100 mil habitantes (Fonte:Portal Prefeitura SP). A população desses bairros é formada, em sua maioria, por pessoas que migraram dos estados do Nordeste do Brasil para a capital paulista em busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Os moradores dessas comunidades buscam compor seu orçamento através de serviços temporários que exigem pouca qualificação profissional, desempenhando funções como eletricista, ajudante de pedreiro, diaristas, faxineiras, lavadores de carros, etc. No entanto, há uma parcela que sequer tem acesso a essas atividades e que acaba por constituir mão-de-obra ociosa o que, aliado à fragilidade institucional inerente à região, acaba por dar margens à ascensão da miséria e da violência. As mulheres e a população de idade mais avançada são os mais atingidos pela falta de emprego, e sua dificuldade de inserção no mercado de trabalho contribui para a consolidação de uma apartação social, incorrendo em uma situação de alijamento sócio-político que os torna mais vulneráveis e carentes de condições para o pleno exercício de sua cidadania.

Os beneficiários do projeto:
• priorização para mulheres de famílias de risco social.
• preferencialmente serão selecionados beneficiários mulheres que não são assistidos por programas sociais.
• trabalhadores que se encontram em condições precárias de habitação, saúde e educação, ou através de outros indicadores sociais que apontem uma situação de vulnerabilidade social.
• trabalhadores que exercem ou já exerceram algum tipo de atividade agrícola urbana ou rural.

Apesar do contexto urbano que caracteriza os bairros de uma maneira geral, existem na cidade de São Paulo e em suas regiões periféricas um grande número de áreas ociosas sem nenhum tipo de construção ou utilização específica. São áreas privadas e públicas, pertencentes à órgãos como prefeituras, Petrobrás, Transpetro, Eletropaulo, Incra, Cohab e outros. Essas áreas sem destinação própria representam um grande passivo para as comunidades dos entornos e também para a municipalidade, uma vez que sem utilização adequada, transformam-se em depósitos clandestinos de lixo e entulho, proporcionando condições favoráveis para as ocupações ilegais e desordenadas de moradias e a transformação dos espaços periurbanos em favelas e guetos. O objetivo do projeto é transformar essas áreas em locais produtivos, trazendo melhorias sociais, ambientais e econômicas para as populações, utilizando os próprios moradores dessas áreas com atores da transformação social. A oferta de alimentos e renda adicional em comunidades onde há violência e desemprego é determinante para o desenvolvimento de processos de cidadania. A violência está diretamente ligada à falta de ocupação, de oportunidades de trabalho, de oportunidades de inserção no contexto diário das atividades da sociedade, da exclusão total e irrestrita das políticas públicas de apoio à geração de renda e capacitação profissional. A violência e o desemprego são inversamente proporcionais ao desenvolvimento social de uma nação. O significado de uma renda adicional e a disponibilização de alimentos na mesa de comunidades carentes podem significar uma redução nas estatísticas da criminalidade local, uma redução nos números de crianças mortas por deficiências alimentares ou desnutrição completa. A Organização Cidades sem Fome, com o projeto das hortas comunitárias e agricultura urbana, busca romper as barreira das impossibilidades e improbabilidades e os resultados mostram-se espetaculares, trazendo benefícios para centenas de pessoas e o mais importante, transforma regiões antes deficitárias em pólos de produção e de desenvolvimento. As mulheres e as pessoas de terceira idade são os grupos que mais se beneficiam do projeto, uma vez que permite conciliar suas atividades domésticas com as atividades de produção e comercialização da horta.

Apresentação das vantagens das hortas comunitárias:
Aspectos Sociais:
Saúde: No que diz respeito à saúde da população, na medida que as hortas comunitárias complementam a alimentação básica de um indivíduo, fornecendo alimentos frescos de reconhecido valor nutricional, contendo fibras, vitaminas e demais componentes indispensáveis a uma nutrição adequada, diminui-se a incidência de enfermidades, cuja ocorrência, em grande parte, se dá pela baixa resistência orgânica causada por uma dieta desbalanceada. Além disto há a questão do fornecimento do alimento a pessoas ou famílias que simplesmente não tem acesso a uma única refeição por dia, situadas abaixo da linha de pobreza.
Ocupacional: O desemprego que atinge cerca de 1,9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, tem como coadjuvante, no cenário de miséria em que vive esta população, a violência, que se instala de forma oportunista, ocupando vazios institucionais, onde o poder público, por falta de políticas objetivas, cedeu espaço à contravenção. Além disto, a falta de ocupações em regiões adensadas é por sí só fator gerador de violência doméstica, alcoolismo, dentre outros males.
Aspectos Econômicos: A demanda por mão de obra agrícola na olericultura é cerca de dez vezes maior do que a média estadual obtida com as principais culturas. Além de serem muito intensivas em mão de obra, a sazonalidade na demanda por trabalhadores é muito baixa na olericultura, sendo as atividades bem distribuídas por quase todos os meses do ano, fazendo com que o trabalho e produção sejam praticamente constantes durante quase todo o processo. Portanto tem-se a geração de trabalho intensivo e renda em uma metrópole que possui 18,4 % de sua população economicamente ativa desempregada. Deve-se considerar também que a produção de alimentos nas hortas comunitárias poderá se valer de insumos de baixo custo, como resíduos de poda ou rejeitos orgânicos domésticos que podem ser transformados em adubo orgânico, agregando valor econômico ao que representa um passivo ambiental para as prefeituras municipais.
Aspectos Ambientais: Dentre os benefícios ambientais decorrentes da implementação de uma política voltada para o desenvolvimento de hortas comunitárias podem ser citados:
• Aumento da capacidade de infiltração da água nos solos, provocando uma diminuição do volume de escoamento superficial de águas pluviais, tanto nas áreas destinadas à implantação dos projetos quanto no seu entorno;
• Incremento das reservas de águas subterrâneas devido à maior infiltração das águas pluviais;
• Aumento das áreas verdes;
• Aumento da vida útil dos aterros sanitários através da utilização de resíduos orgânicos para a produção de composto;
• Melhoria da qualidade da paisagem urbana.

Contribuição das hortas comunitárias para a segurança alimentar e para a nutrição das famílias:
A definição de segurança alimentar evoluiu para a ênfase atual ao acesso à comida, indo, portanto além do conceito inicial que apenas considerava a disponibilidade de comida (no mercado). Hoje, segurança alimentar também pressupõe que a comida seja saudável, completa do ponto de vista nutricional, inclusive com as vitaminas e proteínas necessárias, mais do que simplesmente contemplar o aspecto calórico. Assim, para haver segurança alimentar, é necessário que haja disponibilidade, durante todo o ano, em níveis nacional e comunitário, dos alimentos necessários à população; que as famílias tenham acesso físico e econômico a uma quantidade suficiente em quantidade, qualidade e variedade de alimentos, e que os provedores domésticos e institucionais tenham tempo, conhecimento e motivação para assegurar que sejam atendidas todas as necessidades nutricionais de todos os membros da família. É essencial compreender a contribuição que as hortas comunitárias podem fazer a ambos os aspectos da segurança alimentar (acessibilidade e qualidade). O acesso à comida é uma condição de segurança alimentar. No mundo atual, com raras exceções (causadas por secas, guerras e pelos desequilíbrios provocados por elas), existem bastantes alimentos para atender todas as pessoas – nas áreas rurais e urbanas. Entretanto, não existem garantias de que todos os segmentos da população tenham acesso suficiente e a tempo a esses alimentos. Os que tem menos chance de consegui-los são os pobres, os vulneráveis, e os membros mais isolados da sociedade. Através de inúmeros canais de comercialização e mecanismos informais, a maior parte dos alimentos produzidos em áreas urbanas são consumidos lá mesmo, freqüentemente pelos produtores ou pelas famílias mais próximas a eles. As hortas comunitárias fornecem alimentos e reduzem os seus preços, principalmente nos picos sazonais de produção. Durante os tempos de emergência, ou quando os canais de transporte e distribuição são desorganizados, os produtos das hortas comunitárias podem ser mais que suplementares, tornando-se a principal fonte de alimentos para os consumidores urbanos. Uma dieta saudável exige uma combinação apropriada de micro e macronutrientes para atender as necessidades de cada pessoa de uma família, considerando seu sexo, sua idade, e suas condições de saúde. Dois fatores são os principais responsáveis por impedir que os moradores urbanos tenham uma dieta saudável: a pobreza e a falta de produtos frescos. Famílias pobres não podem arcar regularmente com os gastos para comprar os alimentos perecíveis que contém micronutrientes essências para a saúde, especialmente importantes para as crianças. Mas mesmo os moradores urbanos menos pobres podem enfrentar dificuldades para encontrar quantidades suficientes de frutas e hortaliças. Se os canais de abastecimento do campo para as cidades forem inadequados, esses produtos serão sempre escassos. Os alimentos produzidos pelas hortas comunitárias são, portanto, ricos em nutrientes e necessários para aliviar a subnutrição nos lares pobres e podem, assim, contribuir de modo importante para a segurança alimentar doméstica. A produção de tais alimentos perto das populações que precisam deles os torna mais acessíveis a tais consumidores. Entretanto, para aumentar a segurança alimentar é importante que as necessidades nutricionais dos consumidores esteja disponível para os produtores e que os alimentos sejam produzidos de modo seguro e saudável. Os trabalhos e a renda criados pelas hortas comunitárias também oferecem o potencial para reduzir a insegurança alimentar. O grande objetivo desse projeto é incentivar grupos de produtores a buscar uma alternativa de comercialização de seus produtos, agregando-lhes valor, possibilitando assim, a remuneração pelo seu trabalho.

Evidência do impacto das hortas comunitárias na segurança alimentar e nutricional dos lares:
As hortas Comunitárias reduzem a insegurança alimentar na medida que aumenta o acesso à comida – especialmente à alimentos frescos e ricos em nutrientes – entre as populações mais afetadas, pobres e vulneráveis, beneficiando especialmente as crianças – seja diretamente pela autoprovisão, seja graças à renda acrescida pela venda da produção. Como as famílias pobres chegam a gastar 60-80% de sua renda em comida, ambas as opções podem ter um impacto importante no bem estar das famílias. Além dessas evidências, constatamos que:
• as famílias que cultivam alimentos são menos dependentes de programas de doação de cestas de alimentação;
• a demanda das cidades por alimentos frescos e perecíveis é melhor atendida pela produção urbana e peri urbana que a rural;
• os produtores urbanos consomem mais hortaliças que os produtores não urbanos e consumidores mais ricos;
• os benefícios são maiores para a família quando há a participação de mulheres entre os produtores.

Vantagens que as hortas comunitárias podem trazer para a cidade:
• Geração de renda para os produtores, oportunidades de trabalhos urbanos, absorção de mão-de-obra migrante rural, absorção de mão-de-obra adolescente, oportunidade de trabalho para mulheres, criação de segurança alimentar, reciclagem de lixo doméstico e urbano, reciclagem de águas pluviais, disponibilização de alimentos frescos e mais baratos, disponibilização de proteínas, melhora do meio-ambiente urbano, aprimoramento estético urbano, criação de Agroindústrias (mais empregos), prazer de cultivar e criar, trabalho/Prazer para a Terceira Idade.

Como as mulheres, particularmente, serão beneficiadas com este projeto?
O projeto de hortas comunitárias incentiva o engajamento das mulheres porque sua participação traz melhores resultados do que os homens. Os motivos, entre outros são:
- as mulheres, em sua maioria, possuem filhos, o que as impossibilita de buscar no mercado formal de trabalho, uma ocupação continuada, devido a existência insuficiente de creches e instituições para
deixar seus filhos durante o período de trabalho. As atividades nas hortas possibilita sua atuação nos períodos em que os filhos estão nas escolas. Esse fato faz com que as mulheres sejam trabalhadoras constantes, com atuação de longos períodos e em grande parte, sua participação é ininterrupta. Os homens, por sua vez, ficam nas hortas, enquanto estão desempregados, após conseguirem emprego, deixam o trabalho das hortas para se dedicarem à sua nova função, o que é perfeitamente compreensível e estimulado pela Cidades sem Fome.
- as mulheres, por não conseguirem empregos pelos motivos acima especificados, procuram, na coleta e venda de materiais recicláveis que encontram nas ruas (papel, papelão, garrafas PET, embalagens plásticas, etc), uma forma de arrecadar recursos para compor seu orçamento. Esse trabalho tem se mostrado indigno, uma vez que necessita de grande esforço físico, é altamente insalubre e pouco rentável, porque os produtos catados pelas mulheres são na maioria das vezes, comprados por atravessadores que oferecem preços irrisórios, determinando a essas mulheres, uma condição de quase escravidão. O trabalho desempenhado pelas mulheres nas hortas comunitárias é altamente estimulante e valorizado, atua como agente de ressocialização pelo convívio diário de pessoas de uma mesma comunidade, permitindo a estas conhecerem seus problemas em comum e estabelecer estratégias para a sua solução. Nas hortas, as mulheres recebem capacitação profissional para exercerem suas atividades, o que leva a aumentar sua auto-estima, o que as faz sentir-se novamente cidadãs em suas comunidades. O rendimento financeiro obtido nas hortas comunitárias pelas mulheres, vem estimulando cada vez mais sua participação nas atividades, principalmente na parte de comercialização e busca por novos mercados.

A duração do projeto:
O projeto é contínuo.
Data de início: 2004

Problemas, ameaças e plano de gestão:
FORÇAS (FATORES INTERNOS) OPORTUNIDADES (FATORES EXTERNOS)
Utilização de áreas de terras ociosas, subutilizadas ou sem utilização específica – públicas ou privadas.
Constituição da Comissão com vários atores sociais do poder público, sociedade civil organizada e representantes dos beneficiários.
Trabalho coletivo no núcleo da horta.
Marco legal existente – o projeto vai de encontro às políticas públicas definidas para a atividade no Plano Diretor da Cidade de São Paulo e na Lei de Agricultura Urbana da Cidade de São Paulo (Lei nº 13727).
Qualificação profissional.
Participação de organização formal.
Oportunidade de trabalho e renda.
Inclusão nos programas sociais dos órgãos públicos (Frente de Trabalho, Pronaf, Bolsa Família).
Promoção da Segurança Alimentar
FRAQUEZAS (FATORES INTERNOS) AMEAÇAS (FATORES EXTERNOS)
Pouca escolaridade dos participantes.
Baixa renda dos participantes. Desemprego ou Subemprego.
Insegurança Alimentar.
Não participação de espaços de diálogo e tomada de decisões comunitárias e de negociação com autoridades locias.
Não participação em Organização Formal.

Plano de gestão das ameaças:

AMEAÇAS PLANO DE AÇÃO
Insegurança Alimentar Participar como beneficiário do núcleo de horta comunitária para capacitar-se na produção de alimentos para uso próprio e de sua família.
Não participação de espaços de diálogo comunitário e de negociação com autoridades locais A constituição da Comissão possibilitará realizar um plano de trabalho que será executado na horta e buscará articular parcerias com outros atores sociais.
Não participação de Organização Formal Prática coletiva do trabalho no núcleo de horta comunitária adicionado com as práticas de capacitação, influenciará educacionalmente e culturalmente a buscar o coletivo para solucionar os problemas enfrentados pelos produtores/beneficiários.
Desemprego e Subemprego Oportunidade de trabalho no núcleo de hortas comunitárias. Após a coheita, comercializar a produção e dividir os recursos financeiros com os beneficiários do projeto.
Participação em Programas Sociais.

EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROJETO - A Organização Cidades sem Fome, viabiliza através de pareceres técnicos, áreas para o desenvolvimento das hortas, identifica parcerias para a implantação do projeto, apresenta o projeto nas comunidades do entorno das áreas escolhidas, realiza o levantamento sócio-econômico das famílias, identifica as pessoas que irão trabalhar no projeto, inicia a preparação estrutural das áreas e os trabalhos de recuperação do solo, adubação, e montagem dos canteiros onde serão implantadas as culturas. Posteriormente inicia o processo de capacitação dos envolvidos, através da realização de atividades práticas e cursos de aprendizado técnico, incentivando e orientando quanto às melhores formas e alternativas para a comercialização dos produtos, visando a geração de renda por parte dos participantes e a autosustentabilidade do projeto. O projeto estimulará a formação da Associação de Pequenos Agricultores Familiares Urbanos entre os seus beneficiados, que será composta essencialmente de pessoas afetadas diretamente pela problemática do desemprego e do subemprego como adolescentes, mulheres, pessoas da terceira idade e que poderão obter uma oportunidade de trabalho e renda com o desenvolvimento da unidade produtiva da horta comunitária. Ao utilizar esta atividade para o seu sustento, estes indivíduos poderão ser enquadrados como Agricultores Familiares e obterão a Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Agricultura Familiar, que os habilita a participar em vários programas do governo federal nas áreas de comercialização (programas de aquisição de alimentos), agroindústria, crédito, seguro e previdência. Essa Associação permitirá, aos beneficiados, participar, como entidade, do Fórum de Agricultura Urbana de São Paulo, que tem como objetivo, constituir-se um instrumento de contribuição para a implementação da Agricultura Urbana como política pública na região metropolitana de São Paulo. O acompanhamento dos resultados do projeto é realizado através de relatórios de técnicos especializados na implantação e na evolução dos trabalhos, contratados pela Organização Cidades sem Fome. Estes técnicos confeccionam diagnósticos e pareceres, possibilitando aos gestores do projeto dirimir erros ou possibilitar a melhoria nos segmentos apontados como deficientes. O acompanhamento também se dá através de reuniões mensais com os beneficiários, nas quais são discutidas e avaliadas questões de interesse individual e do grupo, sempre obedecendo a critérios que viabilizem sustentabilidade das atividades, favorecendo a sua continuidade. Técnicos agrícolas da Organização Cidades sem Fome fazem o acompanhamento in loco dos trabalhos desenvolvidos nas hortas comunitárias e sua função consiste, também, em fomentar uma gestão participativa por meio de uma sensibilização dos participantes do projeto, incentivando o fortalecimento da sua capacidade de intervenção, bem como a valorização de suas contribuições na solução dos problemas, possibiliatando, aos beneficiários, reconhecerem-se como atores ativos na gestão urbana e na busca pela melhora de sua qualidade de vida. A participação em espaços de diálogo e na tomada de decisões comunitárias, de negociações com autoridades municipais, propicia uma convergência de princípios e ações em torno de uma estratégia para a inclusão social e para a efetivação de uma governabilidade participativa.

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO - O aspecto central do trabalho é a adoção de metodologias participativas, em todas as ações e etapas. O foco do trabalho será a seleção das prioridades da ação a partir do ponto de vista e das reivindicações dos beneficiários e seus dependentes. Serão adotadas nas ações, métodos e estratégias que fomentem a organização dos beneficiários, os trabalhos coletivos e em grupo. Também serão adotadas estratégias de socialização dos resultados obtidos nas ações concretas e na investigação dos processos agroecológicos, visando o envolvimento do maior número possível de famílias em todas as etapas dos trabalhos.

AVALIAÇÃO - A Organização Cidades sem Fome e suas parceiras serão encarregadas de definir as diretrizes e as prioridades das ações. Assim poderão avaliar os resultados obtidos e reorientar os processos e métodos adotados, quando necessários. Todas as ações projetadas no Plano de Trabalho das hortas serão avaliadas por seus participantes quando de sua realização e serão realinhadas tão logo se identifique algum problema no processo. As reuniões entre os gestores para a avaliação do projeto serão mensais e, quando necessário, serão realizadas reuniões extraordinárias para deliberar sobre ssuntos específicos.
GESTÃO - A gestão do projeto é realizada através de especialistas da Organização Cidades sem Fome, administradores com experiência na elaboração e no desenvolvimento de projetos sociais, técnicos agrícolas que identificam e avaliam possíveis áreas para a realização do projeto, coordenam a implantação e o desenvolvimento das hortas comunitárias com técnicas modernas de capacitação e produção. Equipes com formação específica na área social desenvolvem levantamentos sócio-econômicos nas comunidades, tornando possível assim, identificar as pessoas que mais necessitam de ajuda e selecionam interessados com perfil para ingressar no projeto. Monitores acompanham o processo de capacitação dos envolvidos, enfatizando a auto-suficiência do projeto. Para a gestão do projeto, a Organização Cidades sem Fome disponibiliza em seus quadros de colaboradores 01 Administrador de Empresas, 01 Nutricionista, 02 Técnicos Agrícolas, 01 Técnico em Nutrição, 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Relações Internacionais e 01 Assistente Social
ESTRUTURA DE OPERAÇÃO - A Organização Cidades sem Fome capta os recursos necessários, viabiliza áreas para o desenvolvimento das hortas, identifica parcerias para a implantação do projeto, apresenta o projeto nas comunidades do entorno das áreas escolhidas, realiza o levantamento sócio-econômico das famílias, identifica as pessoas que irão trabalhar no projeto, inicia a preparação estrutural das áreas e os trabalhos de recuperação do solo, adubação, montagem dos canteiros onde serão implantadas as culturas, começa a capacitar os envolvidos, promove atividades práticas e cursos de aprendizado técnico, incentiva e orienta as técnicas de comercialização visando a geração de renda para os participantes e a autosustentabilidade do projeto. Possui para a operacionalização das atividades propostas no projeto maquinários, equipamentos e veículos suficientes para alcançar as metas estipuladas.
SUSTENTABILIDADE - O projeto estimulará a formação da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares Urbanos entre os seus beneficiados, que será composta essencialmente de pessoas afetadas diretamente pela problemática do desemprego e do subemprego como adolescentes, mulheres, pessoas da terceira idade e que poderão obter uma oportunidade de trabalho e renda com o desenvolvimento da unidade produtiva da horta comunitária. Na medida que estas pessoas começam a utilizar esta atividade para o seu sustento, poderão ser enquadradas como Agricultores Familiares e obter a Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Agricultura Familiar, o que os possibilitará a participar em vários programas do governo federal nas áreas de comercialização (programas de aquisição de alimentos), agroindústria, crédito, seguro e previdência. Essa Associação permitirá aos beneficiados, participar como entidade, do Fórum de Agricultura Urbana de São Paulo, que tem como objetivo, ser um instrumento de contribuição para a implementação da Agricultura Urbana como política pública na região metropolitana de São Paulo.
REAPLICAÇÃO / FORMA DE TRANSFERÊNCIA DO PROJETO E SUA TECNOLOGIA SOCIAL - A institucionalização da agricultura urbana no município de São Paulo garante a consolidação de ações como o projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias no tempo, desatrelando-as de uma determinada gestão municipal, favorecendo e estimulando a reprodução desta prática. A integração da agricultura urbana no marco normativo da cidade de São Paulo a partir da inclusão de artigos sobre o tema no Plano Diretor legitimou esta atividade incorporando-a a uma estratégia de desenvolvimento municipal. A criação do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana no município de São Paulo, através da Lei nº 13.727, do decreto 45.665/04, regulamentou esta prática e gerou um espaço para a discussão de sua normatização. Outro elemento que favorece a adaptação e a reprodução do projeto em outras áreas é o Fórum de Agricultura Urbana e Periurbana do município de São Paulo que possui, como objetivo, constituir-se em um instrumento articulador entre as instituições.
ESTRATÉGIA SÓCIO-AMBIENTAL
Estratégias de Preservação Ambiental:
• construção de composteiras e/ou minhocários pelos beneficiários do projeto.
• fabricação de biofertilizantes pelos beneficiários.
• capacitação profissional em práticas de manejo orgânico nas respectivas áreas para garantir a conservação e a melhora dos recursos agrícolas locais (matéria orgânica, rotação e consorciação de culturas, cobertura do solo).
• Realização de palestras sobre orientação alimentar, reeducação alimentar e educação ambiental para os beneficiários e para a população local.
• melhorar a gestão de espaços públicos e/ou privados, devolvendo-lhes aplicabilidades ambientais.
• Utilizar sobras orgânicas das hortas para a produção de compostos orgânicos.
• Estimular os beneficiados e a população local a separar resíduos orgânicos, depositá-los nas composteiras das hortas, utilizando o material posteriormente como composto orgânico na fertilização dos canteiros das hortas.
• Recolher latas e embalagens descartáveis de produtos agrícolas (latas de sementes, sacos plásticos de adubos orgânicos), para entregá-los ou comercializá-los nos núcleos de reciclagem de material agrícola da prefeitura.
• Plantar espécies de vegetais nas encostas que impedem os processos de erosão do solo.
• Usar cobertura de materiais vegetais (bagaço de cana, palhas, folhas secas) para cobrir os canteiros onde as culturas estão plantadas, evitando o seu ressecamento e o uso excessivo de água.

Estratégia Social
Como o empreendimento pretende contribuir para o desenvolvimento local?
Ao possibilitar que as pessoas carentes da região que encontram-se desempregadas, tenham através do projeto das hortas, oportunidades de trabalho e renda através da atividade agrícola. Também, ao participarem da Comissão Local, na elaboração de um diagnóstico participativo e um plano de trabalho da atividade produtiva para impulsionar o desenvolvimento local por meio da mobilização de agentes econômicos, políticos e sociais, apoiando a formação de uma rede de colaboração, disseminação de conhecimentos e promoção do desenvolvimento local. A promoção da inclusão social das comunidades locais e a melhora dos indicadores de qualidade de vida deverá passar por processos de aprendizagens sobre sistemas de associativismo e cooperativismo, comércio justo e o fortalecimento das comunidades locais. Serão estimuladas ações para o uso e para a comercialização de produtos fabricados e produzidos pelas comunidades do entorno do projeto.
Quais os instrumentos que serão utilizados para garantir a autogestão e a qualidade das relações interpessoais dos integrantes do empreendimento?
Reuniões, encontros, treinamentos, oficinas possibilitarão aos beneficiados do projeto a aumentar a compreensão sobre o espírito cooperativista/asociativista e terão a possibilidade de fortalecer a capacidade desse grupo a valorizar sua contribuição na solução de seus problemas, participando dos espaços de diálogo, tomadas de decisões comunitárias e de negociação com autoridades locais, melhorando sua capacitação profissional na atividade agrícola e nas vendas dos produtos (utilizando o mecanismo do plano de negócios), influindo significativamente na melhora de sua qualidade de vida e de sua autonomia.


OBJETIVOS/METAS E RESULTADOS ESPERADOS

Objetivo principal Objetivos específicos Metas Resultados esperados
Consolidar as hortas comunitárias já existentes na zona leste da cidade de São Paulo e criar novas áreas para o desenvolvimento de atividades de produção de alimentos. Melhorar o aproveitamento das áreas ociosas da localidade, através da criação de oportunidades de trabalho. Capacitar os beneficiados do projeto, trazer melhorias nas condições de vida dos participantes, proporcionar o aumento da renda familiar e contribuir com a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
1. Implantar núcleos de hortas comunitárias na cidade de São Paulo com a finalidade de promover melhores condições de inserção social de populações carentes através da disponibilização de oportunidades de trabalho, da capacitação profissional e da geração de renda.
2. Promover a educação alimentar com o objetivo de suprir as deficiências nutricionais das comunidades carentes. 3.Promover a educação ambiental e sanitária a partir dos contextos locais.
4.Criar pequenas unidades de beneficiamento de produtos de origem vegetal.
5.Criar e implementar mecanismos que estimulem os beneficiários do projeto a processarem produtos in natura de origem vegetal, agregando-lhes valor.
6.Incentivar a formação e a organização de associações, cooperativas, grupos, núcleos de agricultores urbanos, a partir da comercialização de seus produtos. Consolidar os núcleos de hortas comunitárias da zona leste de SP. Treinar os produtores nas práticas agroecológicas. Aproveitar os recursos e potencialidades regionais com maior expectativa de geração de empregos. Realizar palestras e cursos sobre orientação alimentar. Resgatar e sistematizar o conhecimento popular a respeito de alimentação, saúde e agroecologia. Realizar oficinas sobre reeducação alimentar e alimentação alternativa. Melhorar as condições nutricionais da população atingida pelo projeto a partir do incentivo ao cultivo, feito com práticas orgânicas, de hortas, frutas e plantas medicinais. Realizar oficinas de plantas medicinais, cursos sobre produção de compostagens e cursos sobre educação ambiental e sanitária. Capacitar e treinar os beneficiários para possibilitar um aprendizado potencializador de geração de renda. Ter a agricultura urbana como produtora de alimentos para o consumo, para a comercialização, para a geração de emprego e renda e administração do desperdício urbano. Gerar aumento de renda, oportunidades de trabalho e melhoria das condições de vida para as populações beneficiadas no projeto. Realizar cursos e oficinas sobre higiene na manipulação de alimentos e processamento de hortaliças. Assegurar que os processos de capacitação e treinamento possam: melhorar o nível de produção e sua posterior transformação, orientar a comercialização para os mercados consumidores, identificar as vantagens dos beneficiários estarem ligados a um grupo ou entidade juridicamente constituída. Fortalecer a capacitação e autonomia do público beneficiado, para que participem da gestão do projeto, colocando suas propostas de solução aos problemas mais importantes, sempre objetivando a melhoria na qualidade de vida. Dar mais oportunidades de trabalho para mulheres. Promover a inclusão social a partir da melhoria da renda familiar e da elaboração participativa de políticas públicas para a agricultura urbana. Integrar tecnologias e fatores que incidem na produção em cada unidade produtiva, convergindo para um sistema de produção agroecológico. Incentivar ao público beneficiado a produção de adubos orgânicoss, priorizando tecnologias de produção de compostagens. Estimular a participação do grupo beneficiado do projeto e entidade dos bairros das regiões do entorno das hortas em fóruns e congressos sobre agricultura urbana, pois encontrarão nesses eventos, vários atores da sociedade civil que os auxiliarão na sua auto-sustentação. Desenvolver a agricultura urbana em níveis quantitativos e qualitativos para que se mostre como uma alternativa de política pública para o desenvolvimento urbano. Combater a fome, promover oportunidades de trabalho e geração de renda através do desenvolvimento de atividades agrícolas em áreas públicas ou privadas sem utilização específica. Aproveitamento dos recursos e potencialidades regionais com maior expectativa de oportunidades de trabalho e geração de renda.
Capacitação dos beneficiários urbanos e periurbanos em práticas agroeoclógicas. Aumento e preservação de áreas verdes e melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos.
Aproveitamento de áreas e vazios urbanos não recomendáveis à urbanização e impermeabilização do solo, mantendo terrenos limpos e utilizados com produção agrícola, evitando o acúmulo de lixo e entulhos, ou o crescimento desordenado de plantas daninhas, onde podem abrigar-se insetos peçonhentos e pequenos animais prejudiciais à saúde humana.
Construção de espaços para o cultivo de hortas, favorecendo a manutenção da biodiversidade, proporcionando sombreamento, odores agradáveis e contribuindo para a manutenção da umidade.
Capacitação nutricional da população atingida a partir do incentivo ao cultivo de hortas e plantas medicinais.
Capacitação em educação alimentar, reeducação alimentar e educação alternativa.
Resgate e sistematização do conhecimento popular à respeito de alimentação, saúde e agroecologia.
Capacitação e treinamento para possibilitar um aprendizado potencializador de geração de renda.
Promoção da educação ambiental através da capacitação do manejo da agricultura com técnicas que evitem a utilização de práticas predatórias ao meio ambiente e aos recursos naturais, despertando e aumentando a consciência da conservação ambiental.
Ter a agricultura urbana para o consumo, à venda, oportunidades de trabalho e geração de renda.
Melhoria da condições de higiene dos produtos e no entendimento da noção de higiene dos produtores urbanos.
Estabelecimento de uma estratégia de marketing e comunicação que valorize as caracterísiticas diferenciadas destes produtos, buscando aumentar sua competitividade no mercado, conferindo credibilidade e segurança ao consumidor final.
Melhorar a comercialização, identificando distintos espaços de mercado para os produtores urbanos.
Aproximar as organizações de agricultores e consumidores, objetivando um menor custo para o consumidor final e uma comercialização mais segura, regular e rentável para o produtor urbano.
Participar de instâncias organizadoras comuns como cooperativas e associações, permitindo a promoção do trabalho, contribuindo com a sua sustentabilidade.
Incentivo à organização comunitária e ao trabalho coletivo das famílias selecionadas de forma a fortalecer sua conscientização social, bem como o seu desenvolvimento, emancipação e autonomia para o futuro.





RESULTADOS ALCANÇADOS
1 - RESULTADOS QUANTITATIVOS
1 – Implantação de 21 núcleos de hortas comunitárias na zona leste da cidade de São Paulo.
2 - Capacitação de 665 beneficiários nas práticas agro-ecológicas.
3 - Realizaçao de 5 cursos de práticas agrícolas.
4 - Realização de 3 palestras e 1 curso sobre orientação alimentar.
5 - Realização de 1 oficina de reeducação alimentar e educação alternativa.
6 - Realização de 1 oficina de plantas medicinais, 1 de compostagem e 2 cursos de educação
ambiental e sanitária.
7 - Capacitação dos beneficiários do projeto no conhecimento de formas de instrumentos de crédito
voltados exclusivamente para financiar pequenos empreendimentos agrícolas no município de São
Paulo.
8 - Realização de 1 oficina e 1 seminário sobre fundos rotativos, cooperativas de crédito.
9 – Realização de uma excursão dos beneficiários ao mercado atacadista/varejista da região,
onde o seu produto poderá ser vendido.
10 - Realização de 1 curso sobre administração por objetivos.
11 - Realização de 2 cursos e 2 oficinas sobre associativismo e cooperativismo, 2 curso de
administração rural (custos e mercado), 2 cursos de higiene na manipulação de alimentos e 2 cursos
de processamento de hortaliças.
12 - Construção de 5 estufas agrícolas.
14 - Implantação de 01 um ponto de venda (sacolão) onde os legumes e verduras das hortas
comunitárias são comercializados.
15 - Construção de 01 tanque de peixes - início de um projeto de piscicultura.

2 – RESULTADOS QUALITATIVOS
1 – Aproveitamento dos recursos e potencialidades regionais com maior expectativa de geração
de empregos.
2- Capacitação de beneficiários nas práticas agro-ecológicas.
3 – Resgate e sistematização do conhecimento popular a respeito de alimentação, saúde e
agroecologia.
4 - Melhoria nutricional da população atingida a partir do incentivo ao cultivo de hortas, frutas e plantas medicinais.
5 – Capacitação e treinamento para possibilitar um aprendizado potencializador de geração de renda.
6 - Ter a agricultura urbana como produtora de alimentos para o consumo, a venda, emprego e renda
e administração do desperdício urbano.
7 – Geração de aumento de renda, oportunidades de trabalho e melhoria das condições de vida para
as populações beneficiadas no projeto.
8 – Assegurar mecanismos de obtenção de créditos para os agricultores de São Paulo.
9 – Os processos de capacitação e treinamento são para melhorar o seu nível de produção e os
processos de transformação, orientar sua comercialização para o mercado, identificar as vantagens
de estar associado a um grupo, melhorar a higiene e a manipulação dos alimento e aumentar
a produção da matéria prima.

PATROCINADORES E APOIADORES

1 – PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS
2 – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
3 – INSTITUTO HSBC
4 – INSTITUTO HSBC/LONDRES
5 – ECOURBIS AMBIENTAL S/A
6 – EMBAIXADA DA SUIÇA
7 – EMBAIXADA DA AUSTRÁLIA
8 – EMBAIXADA DA NOVA ZELÂNDIA
9 – CONSULADO DO JAPÃO-SP
10 – FUNDAÇÃO INTER-AMERICANA DE DESENVOLVIMENTO-IAF, USA
11 – SYNGENTA SEEDS
12 – STIHL EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
13 – TROPICAL ESTUFAS
14 – INSTITUTO CARREFOUR
15 – FEMA – FUNDO ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL / SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE - PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO
16 - PNUD

PRÊMIOS
1 - O projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias foi finalista na seleção do 3º Prêmio ODM Brasil. O Prêmio ODM Brasil incentiva ações, programas e projetos que contribuem efetivamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Em 2000, a ONU, Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio - ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo, que são:
1) Acabar com a Fome e a Miséria
2) Educação Básica de Qualidade para Todos
3) Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher
4) Reduzir a Mortalidade Infantil
5) Melhorar a Saúde das Gestantes
6) Combater a AIDS, a malária e outras doenças
7) Qualidade de vida e responsabilidade ao Meio Ambiente
8) Todo mundo tabalhando para o desenvolvimento.
O Prêmio é uma iniciativa pioneira no mundo e foi proposto pelo Governo Federal na abertura
da 1.ª Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade, em 2004. A ação conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a coordenação geral no Brasil está a cargo da Secretaria Geral da Presidência da República, a coordenação técnica é feita pelo ENAP e pelo IPEA e possui como parceiros a PETROBRÁS, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e o BANCO DO BRASIL.

2 - A Organização Cidades sem Fome, com seu projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias foi contemplada com Menção Honrosa na categoria Responsabilidade Social na 3ª Edição do Prêmio AEA de Responsabilidade Ambiental/2009. O Prêmio AEA é uma iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva que tem como objetivo distinguir e homenagear as empresas que se destacaram através do desenvolvimento de projetos de tecnologias e responsabilidade social que beneficiaram o meio ambiente com resultados significativos quanto à qualidade de vida. O prêmio foi entregue durante o 11º jantar anual de Meio Ambiente da AEA, no dia 8 de junho de 2009, na cidade de São Paulo.

PARCERIAS INSTITUCIONAIS
Parceria 1
INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/SP
A idéia de uma parceria com uma entidade de extensão universitária está ligada à proposta de compartilhar o conhecimento desenvolvido na universidade para proporcionar benefícios às comunidades onde o projeto Cidades sem Fome atua. Nesta proposta, estudantes de graduação e pós-graduação, professores e técnicos de diversas áreas de conhecimento se juntam para elaborar, junto às comunidades com as quais trabalhamos, tecnologias sociais para nossos empreendimentos populares visando o desenvolvimento local. Os trabalhos consistem em desenvolver metodologias simples de gestão para serem aplicados pelos beneficiários do projeto, em formato e linguagem acessível à sua capacidade de aprendizado. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas atua também como elo de fortalecimento nas ações de capacitação para a gestão de empreendimentos, dos funcionários e gestores da propria Organização Cidades sem Fome.

Parceria 2.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO.
Termo de Convênio estabelecido entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Organização Cidades sem Fome, para regular condições de realização de estágios de alunos da UFSC no projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias.


EQUIPE TÉCNICA


Nome Atribuição Telefone Fax Email
Hans Dieter Temp Coordenador de Projetos (11) 2735-4842
(11) 9820-5784 (11) 2735-4842 htemp@uol.com.br

Raquel de Melo Temp Asssitente Social (11) 2735-4842
(11) 9680-9997 (11) 2735-4842 Raqueltemp@uol.com.br

Francisco de Assis Neto Técnico Agrícola (11) 4759-3230 cidadessemfome@uol.com.br

Neide Fernandes de Assis Técnica Agrícola (11) 4759-3230 Cidadessemfome@uol.com.br

Lourinaldo de Freitas Técnico Agrícola (11) 4759-3230 cidadessemfome@uol.com.br

Andréia de Freitas Monitora (11) 4759-3230 cidadessemfome@uol.com.br

Hans Christian Temp Relações Internacionais (11) 7367-7912 hanstemp2@hotmail.com




QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA

Nome: HANS DIETER TEMP
Entidade Proponente: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Tempo de vínculo com a entidade: 07 ANOS
Função/Atribuição: FUNDADOR/COORDENADOR DE PROJETOS
Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Fone: (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784

Experiência Profissional em Projetos Sociais nos últimos 3 (três) anos
Nome da Entidade: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Nome do Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Função/atribuição: COORDENADOR DE PROJETOS
Cidade – UF: SÃO PAULO/SP
Período: DEZEMBRO DE 2003 ATÉ O PRESENTE MOMENTO
Breve descrição da experiência:
Técnico Agrícola com experiência no cultivo de arroz, soja, milho, trigo, feijão em grandes escalas. Vivência em projetos de produção de hortaliças em estufas e no processo tradicional de produção. Experiência no cultivo de hortaliças em processos hidropônicos. Larga vivência em trabalhos de implantação de pomares e projetos de reflorestamento. Participação em projetos de catalogação e desenvolvimento de banco de dados de espécies nativas brasileiras. Conhecimento das técnicas de produção de mudas de plantas frutíferas, leguminosas, arbóreas, medicinais e aromáticas e flores em viveiros. Grandes conhecimentos em análises e manejo de solo. Experiência no manuseio e na manutenção de máquinas e implementos agrícolas. Facilidade de relacionamento interpessoal com participantes de projetos e público em geral, liderança e iniciativa. Experiência no desenvolvimento de projetos sociais para a geração de emprego e renda. Foi Coordenador do Programa de Agricultura Urbana da Prefeitura do Município de São Paulo pela Secretaria do Meio Ambiente, coordenador da implantação do projeto “Hortas nas Escolas” da cidade de Peruíbe/SP e coordenador Administrativo e Financeiro da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura Municipal de São Paulo. Foi o fundador e atualmente coordena a ONG Organização Cidades sem Fome, em projetos de Agricultura Urbana e Hortas Comunitárias. Formação: Curso Técnico em Agropecuária e Políticas Ambientais – Tübingen – Alemanha e Administrador de Empresas, Rio de Janeiro, RJ. Outros Cursos: Curso de Formação de Educadores e Gestores de Projetos de Geração de Renda – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas-SP, Curso sobre Métodos de Gerenciamento de Projetos – Agência de Cooperação Internacional do Japão-JICA-SP, Gestão de Projetos Sociais – BrazilFoundation.

Formação:
Curso Técnico em Agropecuária e Políticas Ambientais – Tübingen – Alemanha – 1993 A 1996
Administrador de Empresas, Rio de Janeiro, RJ, 1996 A 1999.

Dados Pessoais
Rua Ribeiro Baião 111 – Jardim Laranjeiras
São Paulo/SP
08381-110
Tel. (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784
Naturalidade: São Borja/RS
Estado Civil: Casado
Nascimento: 04/11/1964

Referências Profissionais:
Nome: Lenart Nascimento
Entidade: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás
Telefone: (21) 3224-2747 / (21) 8125-7753







Nome: RAQUEL DE MELO FERREIRA TEMP
Entidade Proponente: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Tempo de vínculo com a entidade: 07 ANOS
Função/Atribuição: ASSITENTE SOCIAL
Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Fone: (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784

Experiência Profissional em Projetos Sociais nos últimos 3 (três) anos
Nome da Entidade: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Nome do Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Função: COORDENADOR DE PROJETOS
Cidade – UF: SÃO PAULO/SP
Período: DEZEMBRO DE 2003 ATÉ O PRESENTE MOMENTO

Nome da Entidade: Hospital Samaritano
Nome do Projeto: Projeto AMA
Função: Coordenadora

Breve descrição da experiência:
Experiência no setor de Responsabilidade Social, atendimento social, voluntariado, Elaboração de Programas Sociais e vivências em Projetos Sociais, vivência na rotina administrativa do Terceiro Setor e coordenação de Projetos Sociais, participação em Projetos Sociais Premiados em Responsabilidade Social e Voluntariado sendo Top Social 2002 e Sodexho Pass 2005, participação como Conselheira no C.M.A.S. Poá (Conselho Municipal de Assistência Social), vivência no setor de Recursos Humanos, atendimento social e Benefícios, com conhecimento na rotina de Recrutamento e Seleção, experiência na execução de Projetos e Programas Sociais para famílias de baixa renda como projetos Sociais e profissionalizantes, conhecimento na área de saúde com experiências em orientações sobre nutrição, amamentação, planejamento familiar e educação de pais e filhos, Saúde da Família, experiência no trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes carentes usando a arte (dança) como instrumento de trabalho, experiência na área da Educação lecionando para Ensino Fundamental e Ensino Médio e Ministrando aulas/ palestras sobre Educação Social, Planejamento Familiar e Saúde, vivência no Serviço Social em entidades Filantrópicas com experiência na elaboração de relatórios sociais, documentação em geral do Serviço Social e implantação do Serviço Social, • Conhecimento na elaboração de Protocolos Clínicos na área de Serviço Social, conhecimentos na Legislação Social, ECA e Estatuto do Idoso, vivência em trabalhos em grupos e individuais.

Formação:
Assitente Social – 1997
Pós Graduação em Gestão doTerceiro Setor – Universidade Makenzie/SP – 2001

Dados Pessoais
Rua Ribeiro Baião 111 – Jardim Laranjeiras
São Paulo/SP
08381-110
Tel. (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784
Naturalidade: Santo André/SP
Estado Civil: Casada
Nascimento: 09/04/1971

Referências Profissionais:
Nome: Denise Ruri
Entidade: Hospital Samaritano
Telefone: (11) 3821-5844





Nome: Hans Christian Ribeiro Temp
Entidade Proponente: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Tempo de vínculo com a entidade: 07 ANOS
Função/Atribuição: Relações Internacionais
Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS Fone: (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784

Experiência Profissional em Projetos Sociais nos últimos 3 (três) anos
Nome da Entidade: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Nome do Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Função: Captação de Recursos, Formação de Parcerias
Cidade – UF: SÃO PAULO/SP Período: DEZEMBRO DE 2003 ATÉ O PRESENTE MOMENTO

Breve descrição da experiência:
Açotécnica S.A. Indústria e Comércio
Período – Desde Março de 2008
Departamento de Vendas Internacionais, Vendas Nacionais, controle e folow up com clientes de propostas comerciais, negociações de preços, fretes, prospecção de novos mercados para os produtos da empresa, coordenação de embarques. Responsável pelo novo projeto de marketing da empresa.
Dufry do Brasil - Duty Free Shop Ltda
Período - Maio 2007 – Janeiro 2008
Logística e Importação, transporte internacional de cargas aéreas, marítimas e rodoviárias (multimodal), documentos de importação e exportação SISCOMEX, B/l, AWB, desembaraços aduaneiros, custo de fretes, negociações com fornecedores, relatórios gerenciais, fechamento de orçamentos, conciliação de contas a pagar, lançamento e análise de notas fiscais, cálculo de impostos (PIS, COFINS,ISS, ICMS), tabela de orçamento mensais, análise de custos de serviços, apropriações e cadastro de fornecedores.
MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia
Período - Fevereiro 2005 /Dezembro 2006 – Apoio a organização do Projeto Arranjos Produtivos Locais e Redes de Cooperação, objetivando disponibilizar institutos de pesquisa do governo e linhas de financiamento para empresários que realizassem inovações tecnológicas em seus produtos destinados á exportação.
Prefeitura Municipal de São Paulo – SMRI Secretaria Municipal de Relações Internacionais.
Período - Janeiro e Junho 2004 – Atribuições: Auxilio na organização do Evento URBIS – Feira e Congresso Internacional de Cidades. Auxílio no Projeto URB-AL – Projeto de recuperação urbana feito em parceria com a União Européia.
Fortalecimento da atuação dos escritórios do Ministério da Ciência e Tecnologia no Brasil; atividades para aproximar instituições que trabalham com inovação tecnológica; identificação de potencialidades, espaços de atuação e carências de regiões brasileiras; mapeamento dos arranjos produtivos locais, das práticas sócio-econômicas comunitárias que, relevantes, merecem intervenção e auxílio de políticas públicas para formar as redes locais; caracterização das demandas de inovação tecnológicas, administrativas e regionais; identificação de novas oportunidades profissionais e de pesquisa; fomento de desenvolvimento de novos grupos operadores de inovação tecnológica no âmbito nacional.
Na Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura do Município de São Paulo, os principais eixos de atuação foram: ajuda na elaboração do processo de adesão da cidade de São Paulo na Federação Mundial de Cidades Unidas (FMCU) e na Rede Mercocidades, a organização mais representativa do Cone Sul; a participação no desenvolvimento de intercâmbios de políticas públicas e acordos de cooperação técnica entre São Paulo, outras cidades e governos nacionais; a participação nos trabalhos de contatos e encaminhamento de projetos para organizações multilaterais; a participação nos trabalhos da Secretaria na ampliação das relações econômicas e comerciais de São Paulo com outras cidades e países; ajuda na organização e promoção da Urbis – Feira e Congresso Internacional de Cidades – espaço para a troca de idéias e exposição de políticas inovadoras; participação no desenvolvimento do projeto URB-AL, Luta contra a Pobreza Urbana, cujo objetivo é traçar estratégias de combate à pobreza urbana, a troca de experiências bem sucedidas, definição de conceitos e as maneiras de integrar o desenvolvimento local às políticas dos governos nacionais.
Formação:
Relações Internacionais – Universidade Anhembi Morumbi/SP - 2008

Dados Pessoais
Rua Ribeiro Baião 111 – Jardim Laranjeiras
São Paulo/SP
08381-110
Tel. (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784
Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ
Estado Civil: Solteiro
Nascimento: 18/10/1986

Referências Profissionais:
Nome: Ângela Moreira
Entidade: Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura da Cidade de São Paulo
Telefone: (11) 3113-8514
Nome: FRANCISCO DE ASSIS NETO/NEIDE FERNANDES DE ASSIS
Entidade Proponente: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Tempo de vínculo com a entidade: 02 ANOS
Função/Atribuição: TÉCNICOs AGRÍCOLAs
Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Fone: (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784

Experiência Profissional em Projetos Sociais nos últimos 3 (três) anos
Nome da Entidade: ORGANIZAÇÃO CIDADES SEM FOME
Nome do Projeto: CIDADES SEM FOME/HORTAS COMUNITÁRIAS
Função: Técnico Agrícola
Cidade – UF: SÃO PAULO/SP
Período: 2008 ATÉ O PRESENTE MOMENTO

FRANCISCO DE ASSIS NETO
Profissional da área de agricultura com experiência no cultivo de hortaliças em campo aberto e em cultivos protegidos, experiência em recuperação de solos e manejo orgânico de produtos holerícolas, grande habilidade em comercialização, com atuação em feiras livres na capital paulista, experiência na instalação de projetos de irrigação e construção de estufas agrícolas. Experiência em desenvolvimento de projetos de criação de peixes e pequenos animais. Experiência na desenvolvimento de caldas caseiras e tratamentos orgânicos no combate a fungos, bactérias, pragas em hortas.

NEIDE FERNANDES DE ASSIS
Profissional da área agrícola possui grande experiência no desenvolvimento de projetos de criação de viveiros de mudas de culturas holerícolas, experiência em manejo de solo, na produção de compostos orgânicos, no plantio, manutenção e comercialização de produtos de hortas. Trabalha no projeto Cidades sem Fome como Técnica Agrícola e tem como principal função elaborar estratégias para a produção de mudas em viveiros para atender toda a demanda do projeto e ainda para a comercialização dessas mudas para produtores locais e regionais. Experiência no desenvolvimento de mudas e canteiros de ervas medicinais, aromáticas e de temperos.



Formação:
2º Grau Completo – Especialização em Cursos de Capacitação Técnica

Dados Pessoais
Rua Ribeiro Baião 111 – Jardim Laranjeiras
São Paulo/SP
08381-110
Tel. (11) 2735-4842 / (11) 9820-5784
Naturalidade: Suzano/SP
Estado Civil: Casados

Referências Profissionais:
Nome: Hans Dieter Temp
Entidade: Organização Cidades sem Fome
Telefone: (11) 2735-4842





CIDADES SEM FOME - REAPLICAÇÃO DE PROJETOS

1 - Reaplicação do projeto Cidades sem Fome em área rural.
Estamos trabalhando para reaplicar o projeto em uma área rural. A proposta é desenvolver um projeto semelhante ao que estamos fazendo aqui em SP, no interior do estado do Rio Grande do Sul (sul do Brasil), em uma pequena comunidade agrícola, que se chama Agudo. A cidade de Agudo situa-se a cerca de 280km de Porto Alegre, direção centro do estado do Rio Grande do Sul. Essa cidade está situada numa região onde a imigração alemã e italiana tiveram grande influência na formação econômica, cultural e social das populações. Hoje, a atividade econômica predominante da cidade de Agudo e várias cidades lmítrofes está baseada na produção e no cultivo do fumo (tabaco). Décadas atrás, antes do evento do cultivo do fumo, a economia se baseva em agricultura familiar forte e diversificada, onde todas as propriedades possuiam criação de porcos, galinhas, gado, pomar, cultivavam-se feijão, arroz, trigo, batatas, enfim, produzia-se tudo para o autoconsumo dos membros da família e o excedente da produção era comercializado para gerar dinheiro. Até os anos 80 as comunidades rurais dessas cidades eram comunidades muito bem estruturadas e fortalecidas, de posses de belas residências e donas de excelentes propriedades de terras nas quais se podia avistar grandes quantidades de matas e florestas nativas. No início dos anos 80 houve um grande incentivo por parte das multinacionais fumageiras (Souza Cruz, Phillips Morris, Britain Tobacco, etc) para transformar o modelo da agricultura familiar até então vigente em um novo modelo de produção de tabaco ou fumo. As estratégias utilizadas pelas indústrias tabageiras foram incentivar os agricultores familiares para que estes, apenas plantassem fumo em suas propriedades com a promessa de compra integral da produção pelas companhias de fumo e tabaco. Hove uma migração gigantesca do modelo antigo de produção e o cultivo do fumo/tabaco começou a ser a atividade econômica mais trabalhada na região. As indústrias fumageiras incentivavam os produtores com custeios em dinheiro para passarem o ano e para pagar suas despesas até os meses da safra, só que o custo desse dinheiro estava atrelado à taxas de empréstimos bancários, o que denotava no final da colheita, grandes descontos no faturamento dos agricultores. O que aconteceu foi que grande parte desses agricultores deixaram de produzir seus alimentos, seus animais, seus pomares e dedicaram-se exclusivamente à atividade fumageira, comprando em supermercados e no comércio local, todos os gêneros alimentícios de primeira necessidade, que outrora mesmo produziam em suas propriedades. O resultado dessa mudança fez-se sentir já no início dos anos 90, quando grande parte dos agricultores acumulavam enormes somas em dívidas junto ás empresas fumageiras e aos bancos. Muitos tiveram suas propriedades e terras hipotecas aos bancos que depois de inúmeras tentativas de receber os créditos, não restou outra alternativa a não ser tomar as terras dos agricultores para liquidar suas dívidas junto a essas instituições financeiras. Ainda hoje, a grande maioria dos agricultores que planta e cultiva o fumo encontram-se em situação lastimável, com grande acúmulo de dívidas e sem nenhuma expectativa de melhoria em suas condições de vida. Outro fator que me chamou muito a atenção, foi o grande desmatamento provocado pelos agricultores, que precisavam de madeira para secar o fumo em grandes fornalhas. Os impactos gerados pela produção do fumo não são somente econômicos e ambientais. Grande parte da população que trabalha ativamente com a cultura do fumo possui grande incidência de casos de câncer, provocado pela grande carga de venenos utilizados na produção dessa cultura. Um grande número de crianças estão nascendo com deformidades congênitas, devido ao contato dos pais com os venenos e insumos altamente tóxicos durante a gravidez e também, acredita-se, que as deformidades nas crianças já são problemas de alterações genéticas causados nos pais pela exposição excessiva e de vários anos aos venenos aplicados no cultivo do fumo. Em conversas mantidas com agricultores do local e com alguns representantes da prefeitura local, foi nos solicitado explicar o modelo de produção das hortas comunitárias do projeto Cidades sem Fome em São Paulo e ficou muito evidenciado o interesse de todos no projeto por nós desenvolvido em São Paulo. O prefeito nos pediu alguns estudos ou propostas para diversificar a produção dos agricultores que trabalham hoje, exclusivamente com o fumo/tabaco. A idéia que passamos para ele seria desenvolver um projeto parecido como o que estamos aplicando em São Paulo, com algumas alterações. Sugerimos que o iníco de tudo deveria ser uma proposta de uma associação de pelo menos 10 agricultores e que estes deveriam ser beneficiados com estufas, tanques de peixes etc, para gerar renda alternativa e aos poucos se desvincular do cultivo do fumo. Cada produtor plantaria em sua estufa uma cultura diferente, por exemplo, produtor A plantaria cenouras, produtor B plantaria beterraba, plantador C plantaria tomates e assim por diante. O projeto deveria contemplar um veículo de carga, trator e outras ferramentas para o uso em comum, e também para escoar a produção para cidades maiores. Existem em um raio de 100 km do local, 11 cidades que poderiam absorver os produtos cultivados dessas pessoas. A idéia inicial seria provocar uma mudança na mentalidade dos agricultores, mostrar que um novo modelo de produção seria viável. Depois, viriam as estratégias de reaplicação do modelo para outros agricultores interessados.

Entendemos que o projeto é viável e sua implantação requer os mesmos conhecimentos técnicos que utilizamos aqui em São Paulo. A formatação do projeto seria evidentemente diferente, uma vez que o público beneficiário são produtores com grande capacidade de intervenção, muito diferente do público das favelas onde trabalhamos em São Paulo. Mas isso poderia ser um ponto favorável ao projeto, uma vez que se trabalharia na condição de que os produtores contemplados com estufas, tratores, insumos etc, poderiam por exemplo, destinar a um fundo, uma porcentagem sobre o valor de suas vendas, o que permitiria em pouco tempo reaplicar o modelo para outros agricultores sem a necessidade de novos patrocínios, isso criaria uma escala de sustentabilidade ao longo do tempo.

Também, na cidade de Agudo, queremos implantar um Centro de Pesquisas, onde a idéia é montar uma estrutura para receber estagiários, universitários, pesquisadores e/ou voluntários. O projeto poderia receber formandos das universidades dos USA, Alemanha, Canadá e de outras partes do mundo que possuam interesses em projetos de agricultura, pesquisas ambientais, tecnologias para a criação de negócios alternativos para os produtores locais etc. Nossa proposta é utilizar o conhecimento dessas pessoas para implantar e desenvolver práticas mais modernas e eficientes nos projetos que iremos desenvolver nos próximos anos e a cidade de Agudo pode oferecer para os visitantes grandes atrativos para a aplicação do conhecimento adquirido em projetos de desenvolvimento social sustentáveis para as comunidades carentes. Todo o processo seria sempre acompanhado, administrado e gerenciado pela Cidades sem Fome. Nessa cidade já estamos trabalhando, em conjunto com a prefeitura local, no desenvolvimento de um modelo de geração de novas atividades para gerar renda mais continuamente e diversificada ao longo do ano. Já implantamos o projeto modelo com duas famílias de agricultores que são produtores de fumo. Construímos em cada propriedade, estufas agrícolas, criatório de peixes, conseguimos alguns maquinários e estamos ajundando-os a diversificar sua renda na propriedade. Queremos mostrar-lhes que é economicamente mais rentável, diversificar as atividades da propriedade com a inclusão de várias atividades que geram renda mais continuadamente do que viver de uma atividade de monocultura como é o caso do cultivo do tabaco.

Estamos em processo de captação de recursos para implantar o projeto em escala.

2 – Projeto Cidades sem Fome – Criação de Hortas Escolares
Outra reaplicação proposta pelo projeto Cidades sem Fome é a implantação de hortas em escolas públicas. O projeto Horta-Escola funcionará para que os alunos possam desenvolver oficinas práticas de plantio em hortas e vivenciar os trabalhos nos viveiros. A participação dos alunos no projeto das hortas escolares representa um meio importante de produção de conhecimento, de organização e de participação em comunidade. Os alunos aprendem que, cultivar a horta é conhecer a matemática envolvida no plantio e nas colheitas, a biologia das plantas e do solo, o valor nutritivo dos alimentos. Cultivar a horta e trabalhar na criação de mudas de árvores significa dividir tarefas e organizar responsabilidades, além de implicar na participação ativa em um processo de transformação e melhoramento dos espaços físicos da comunidade onde as escolas estão presentes. A proposta da Organização Cidades sem Fome nesse projeto, é transformar todo o espaço físico das escolas em espaços pedagógicos. Entendemos que, dessa maneira, as ações contribuirão para o enfrentamento dos problemas que se identificam nas comunidades onde vivem, tendo os alunos como agentes de transformação, de intervenção na preservação e na defesa do meio ambiente, dos bens culturais e históricos. O aprendizado das soluções para esses problemas pelos alunos nas atividades da Horta-Escola, nas temáticas ambientais, enfocará a sustentabilidade do projeto e trará a agregação de valores para a valorização e conservação do meio ambiente local. Trará também, conseqüentemente, uma maior mobilização do poder público para essa região, com a introdução de mecanismos que permitirão o desenvolvimento das comunidades inseridas nesse contexto. A metodologia enfocada, tanto para os alunos como os beneficiários diretos do projeto, considera o ser humano como sujeito de sua história e como responsável pela construção de uma sociedade mais justa e democrática e, tem como princípio o respeito ao saber e à criatividade dos cidadãos. O professor e o técnico (capacitadores), são vistos como facilitadores que instrumentalizam os alunos. Assim, o processo de aprendizagem é mútuo, de troca de valores e saberes. A aprendizagem resultante é engajada, na medida em que é gerada a partir da reflexão consciente, sobre a realidade local. O projeto do Horta-Escola também atuará como instrumento de fortalecimento pedagógico, uma vez que as atividades ali desenvolvidas ajudam o professor a co-relacionar diferentes conteúdos e coloca em prática a interdisciplinaridade com os seus alunos. A matemática pode ser um exemplo, com o estudo das diferentes formas dos alimentos cultivados, além disso, o estudo do crescimento e desenvolvimento dos vegetais pode ser associado com o próprio desenvolvimento. Isto é, a importância da terra ter todos os nutrientes para que a semente se desenvolva em todo o seu potencial, livre de qualquer doença. Essas atividades também asseguram que a criança e a escola resgatem a cultura alimentar brasileira e, conseqüentemente, estilos de vida mais saudáveis.

Já iniciamos o projeto em uma escola pública estadual, de ensino fundamental.




Razão Social: Organização Cidades sem Fome
CNPJ: 06.151.676/0001-62
Nome do Projeto: Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias e Agricultura Urbana
Endereço: Rua Ribeiro Baião 111
Bairro: Jardim Laranjeiras
UF: São Paulo
Município: São Paulo
CEP: 08381-110
Telefone: (11) 2735-4842
Endereço na Internet (site): www.cidadessemfome.com.br
Ano da Fundação:2003
Dados do Responsável pela Inscrição
Nome: Hans Dieter Temp
Email: htemp@uol.com.br
Telefone: (11) 9820-5784
Dados do Responsável pela Instituição
Nome: Adilson Alves dos Santos
Email: asantos@diproart.com.br
Descrição da experiência desenvolvida pela instituição:
O projeto utiliza áreas públicas ou privadas que não tenham utilização específica, para a implantação e desenvolvimento de hortas
comunitárias e agricultura urbana, objetivando levar às comunidades carentes, oportunidades de trabalho, capacitação profissional e
geração de renda através da comercialização dos produtos obtidos pelos participantes. Combate a desnutrição e melhora a
qualidade de vida dos participantes e de suas famílias através do acesso à alimentos saudáveis e nutritivos e traz melhorias
ambientais. Introduz uma alternativa de desenvolvimento sustentável aliado à produção de alimentos em locais de grande
concentração habitacional, em comunidades carentes, para atenuar a situação de pobreza das populações que se encontram em
situação de vulnerabilidade social, atua positivamente sobre questões de relevância social, econômica e ambiental.
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Texto enviando pelo senhor Hans
Sobre seu belo trabalho


HANS DIETER TEMP

Quando começou o trabalho de plantio de hortaliças em áreas abandonadas de São Paulo?
O início desse trabalho foi no ano de 1998, quando conheci minha esposa que morava juntamente com seus pais na zona leste da capital paulista. Assim que comecei a freqüentar a localidade, percebi que nessa região, apesar do contexto urbano que caracteriza os bairros de uma maneira geral, haviam áreas ociosas sem nenhum tipo de construção ou utilização específica. São áreas privadas e públicas, geralmente áreas envolvidas em questões de litígios por herança ou então áreas pertencentes à órgãos públicos como prefeituras, Petrobrás, Transpetro, Eletropaulo, Incra, Cohab e outros. Essas áreas sem destinação própria representam um grande passivo para as comunidades dos entornos, uma vez que sem utilização adequada, transformam-se em depósitos clandestinos de lixo e entulho, proporcionando condições favoráveis para as ocupações ilegais e desordenadas de moradias e a transformação dos espaços periurbanos em favelas e guetos.

De onde veio a idéia de transformar áreas abandonadas em grandes hortas?
A idéia surgiu, a princípio, pela vontade de transformar pequenas áreas degradadas próximas a minha residência em locais produtivos, de melhorar o aspecto urbano do bairro, de trazer melhorias ambientais na comunidade local. A idéia não teve um foco social em seu início, não imaginava que o desenvolvimento de hortas em áreas urbanas viesse a se transformar em um projeto social com repercussão em todo o Brasil e até no exterior. Acho que fui impulsionado pelo contexto da situação, pela vontade de fazer algo diferente, de trazer melhorias para a comunidade.

De onde vieram os recursos financeiros para pagar, por exemplo, as sementes?
No início, o projeto tinha uma conotação particular. Eu implantava e desenvolvia as hortas por uma questão de “hobby”. Todo o investimento financeiro nos primeiros anos foi particular. Após as primeiras colheitas, consegui comercializar a produção, surgindo assim a geração de renda, que tornaria as hortas auto-sustentáveis em poucos meses.

Quais foram as dificuldades que encontrou entre os vizinhos das áreas e as autoridades para entenderem a sua intenção?
As atividades características da cidade de São Paulo são a indústria e a prestação de serviços, o que coloca as iniciativas agrícolas em um plano de menor expressão, fator que motivou uma demora por parte das autoridades locais na identificação das vantagens que o projeto poderia proporcionar às comunidades carentes. Em relação aos vizinhos, as reações foram as mais variadas possíveis, desde comentários de que iríamos invadir as áreas para proveito próprio até as famosas afirmações “não vai dar certo”. A maior dificuldade foi vencer o descrédito dos vizinhos e da população dos bairros no entorno das hortas em relação à viabilidade do projeto, fazê-los entender que a produção de alimentos é possível em qualquer área e tipo de solo. Tive muita dificuldade em fazer as pessoas entenderem que a horta poderia proporcionar um salário indireto aos seus ganhos mensais, à medida que deixariam de comprar alimentos nas feiras e supermercados e remédios nas farmácias, uma vez que a ingestão de alimentos frescos e saudáveis traria uma melhoria nas condições de saúde das pessoas participantes e seus dependentes – principalmente as crianças.

Quem foram os seus primeiros apoiadores?
O primeiro grande passo foi a divulgação de uma matéria sobre estas hortas pelo Jornal Folha de São Paulo, um dos mais lidos em todo o país. A partir desse momento houve um interesse muito grande da mídia em relação ao projeto que foi caracterizado como inovador. Alguns meses mais tarde, a revista Globo Rural – Edição de Junho 2003, também publicou uma matéria sobre o projeto. Logo em seguida o Jornal Nacional mostrou o projeto em cadeia nacional. A partir desse momento, os órgãos públicos começaram a se interessar pelo assunto. O primeiro apoiador institucional foi a Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, na gestão Marta Suplicy (PT), onde fui convidado para implantar, desenvolver o coordenar o Programa de Agricultura Urbana do município de SP. Neste período começamos a desenvolver as hortas em nível municipal, envolvendo as populações dos bairros onde a miséria era extremada e os resultados após dois anos de trabalhos foram satisfatórios. Nesse período, elaboramos e conseguimos aprovar na Câmara Municipal a Lei de Agricultura Urbana e sua regulamentação (Lei 13.727, de 12 Janeiro de 2004), o que considero um marco nos trabalhos para institucionalizar e viabilizar com bases legais e jurídicas qualquer iniciativa agrícola em áreas urbanas. O momento político foi favorável, uma vez que se discutia programas de combate e erradicação da pobreza no Brasil e o Governo Federal lançou vários programas, como o Fome Zero, que repercutiu entre os representantes políticos das grandes nações do mundo como uma iniciativa eficaz de combate à miséria e o projeto das hortas comunitárias obedecia às diretrizes desses programas. O projeto avançou e até o final da gestão Marta Suplicy implantamos várias hortas na cidade de São Paulo o que produziu um efeito muito positivo na imprensa e na opinião pública local. Emissoras de TV como Rede TV, Record, SBT, Canal Rural, Rede Globo, TV Cultura fizeram reportagens apoiando e mostrando a eficácia do programa no combate à pobreza urbana. Dadas a uma série de dificuldades orçamentárias e problemas burocráticos que são inerentes às máquinas administrativas dos órgãos públicos, senti a necessidade de procurar alternativas para desenvolver o projeto com mais rapidez e eficiência. Assim, foi criada em Janeiro de 2004, a ONG Organização Cidades sem Fome, entidade autônoma e sem fins lucrativos, com o intuito de criar um projeto de desenvolvimento urbano sustentável, tendo por objetivo continuar o trabalho de criação das hortas, envolvendo as comunidades em um processo participativo, onde a criação de oportunidades de trabalho, a capacitação profissional e a geração de renda fossem os ápices do projeto. Escrevemos então, o “Projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” que seria um projeto padrão, uma rubrica para todas as nossas intervenções daí por diante.

Quantas hortas existem hoje e em que região de São Paulo estão localizadas?
Hoje existem 21 núcleos de hortas comunitárias desenvolvidas com recursos de patrocínios obtidos pela Organização Cidades sem Fome, localizadas em bairros da zona leste da capital paulista.

O que é cultivado nelas?
Nesses núcleos de hortas são cultivadas praticamente todas as espécies de olerícolas como alface, escarola, pimentão, beterraba, cenoura, salsa, coentro, cebolinha, repolho, couve, quiabo, jiló, abóbora, mandioca, ervas medicinais e aromáticas.
Preferencialmente cultivamos as espécies que mais apresentam poder de comercialização nas comunidades locais e regionais, pois temos a preocupação constante em proporcionar a geração de renda para beneficiar as pessoas envolvidas no projeto.

Quem são os beneficiados com as hortas?
Os beneficiados pelo projeto são pessoas das comunidades do entorno onde as hortas são desenvolvidas. Através de um levantamento sócio-econômico realizado por profissionais da área de Assistência Social da Organização Cidades sem Fome, conseguimos identificar as pessoas que apresentam maior grau de vulnerabilidade social e a partir destas informações convidamos essas pessoas a participar do projeto, obedecendo ainda a critérios de seleção como número de pessoas que constituem a família, número de desempregados na família, números de filhos, número de filhos menores, etc.

Hoje, tem apoiadores e patrocinadores para o trabalho?
Sim, hoje o “Projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” possui o apoio de várias instituições e órgãos das 3 esferas de governo (municipal, estadual e federal), além de organismos nacionais e internacionais de fomento a projetos sociais, como por exemplo a IAF – Fundação Interamericana de Desenvolvimento (Estados Unidos), que é uma fundação que financia projetos para o desenvolvimento humano em todo o mundo . O projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” foi contemplado no Programa Petrobrás Fome Zero – Seleção Pública de Projetos Sociais 2005, que teve 2.232 projetos inscritos, de todas as regiões do Brasil e somente 72 projetos foram efetivamente contemplados com o patrocínio desta instituição, que foi renavovado em 2008 e encontra-se em fase de negociação para uma terceira renovação agora no ano de 2010. O projeto conta também com o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal, que já proporcionou aporte de recursos nos anos de 2004, 2005 e 2006. Estamos desenvolvendo trabalhos de captação de recursos em nível internacional e conseguimos despertar o interesse por uma parceria por parte da Universidade de Tübingen (Alemanha) e da Universidade de Amsterdam (Holanda), além de grupos privados desses países. Contamos também, com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil e Alemanha da cidade de São Paulo, onde os trabalhos de negociação para a concretização de parcerias encontram-se em estágio avançado. Atualmente o projeto Cidades sem Fome possui os seguintes patrocinadores a apoiadores:
Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A
Fundação Interamericana de Desenvolvimento-IAF (Estados Unidos)
Ecourbis Ambiental S/A
Consulado do Japão em São Paulo
Embaixada da Nova Zelândia
Embaixada da Austrália
Embaixada da Suiça
Betterplace – Berlim/Alemanha
Instituto HSBC – São Paulo
Banco HSBC – Londres
Deutsche Bank/São Paulo
Syngenta Seeds - Sementes
Stihl Máquinas Agrícolas
Solpak – Embalagens e Plasticultura

Como consegue coordenar o trabalho nas sete áreas?
Existe um processo de formação de monitores em cada área, ou seja, as pessoas que mais se destacam nas hortas tornam-se os multiplicadores do conhecimento para as demais. Assim, conseguimos administrar de forma organizada e produtiva, todas as ações e áreas onde desenvolvemos o projeto. A coordenação inicial dos núcleos onde o projeto será implantado, apresenta-se bastante trabalhosa, uma vez que toda a formação da estrutura física das áreas (limpeza, aterramento, cercamento, recuperação do solo degradado, seleção das pessoas, levantamento de dados, etc) é realizado pela ONG. Esse processo muitas vezes é demorado pela dificuldade de obter junto aos órgãos públicos por motivos burocráticos, a autorização ou a concessão para o uso das áreas. A demora pode gerar nas comunidades um sentimento de frustração nas suas expectativas em relação ao projeto, o que pode acarretar desistências ou aborrecimentos entre os selecionados.

Você pretende colocar em prática este mesmo trabalho em outras áreas de São Paulo?
Sim, já há demandas para realizar o projeto em outras prefeituras do estado. Em 2006, firmamos contrato com Secretaria de Educação de Peruíbe-SP, município situado na zona litorânea do estado, onde desenvolvemos um projeto chamado “Hortas nas Escolas”, que consistia em criar hortas nas escolas da rede pública de ensino daquele município, levando aos alunos conhecimentos e informações sobre o aproveitamento dos espaços ociosos em escolas e principalmente em suas residências para a produção de alimentos. Também ministramos aos alunos programas de educação ambiental, palestras sobre reciclagem, aproveitamento de sobras alimentares e conservação do meio ambiente.

Que ensinamentos aprendeu de seus pais, aqui em Agudo, e está usando na capital paulista?
O grande legado que eu trago de Agudo é o histórico de vida das pessoas de Agudo. É a contribuição que os exemplos dessas pessoas dedicadas e trabalhadoras me proporcionaram nos anos que aí vivi e que de maneira muito significativa, contribuíram para a formação do ser que eu sou hoje. Um ensinamento que me foi transmitido pelos meus pais e que estou usando aqui na cidade de São Paulo é um princípio básico, que muitos produtores e agricultores de Agudo sempre desenvolveram em suas propriedades: é a diversificação da origem de suas fontes de renda, proporcionar a entrada de recursos ao longo do ano através de atividades múltiplas e não consolidar sua economia em uma monocultura.


Qual o principal ensinamento que você transmite às pessoas com o seu trabalho?
Tenho que mostrar e provar para cada pessoa que participa do projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” que é possível melhorar as condições de vida de cada um, preciso embutir em cada um deles um ideal e um propósito, resgatar sua auto-estima e fazê-los acreditar que a mudança é possível. Se você mostra que acredita no que faz, as pessoas que trabalham com você também vão acreditar.

Em locais onde há violência e desemprego, o que significa oferecer alimento e renda adicional a comunidades pobres?
A violência está diretamente ligada à falta de ocupação, de oportunidades de trabalho, de oportunidades de inserção no contexto diário das atividades da sociedade, da exclusão total e irrestrita das políticas públicas de apoio à geração de renda e capacitação profissional. A violência e o desemprego são inversamente proporcionais ao desenvolvimento social de uma nação. O significado de uma renda adicional e a disponibilização de alimentos na mesa de comunidades carentes podem significar uma redução nas estatísticas da criminalidade local, uma redução nos números de crianças mortas por deficiências alimentares ou desnutrição completa. Pode significar o início de um processo evolutivo na comunidade, a transformação das necessidades existenciais. Extermina-se o sentimento de morte e estimula-se o ímpeto da sobrevivência através da renovação das esperanças perdidas, são alocadas forças nos indivíduos para tentar mudar o círculo da exclusão.

Na sua visão, agora com um projeto de agricultura urbana, existe terra que não possa ser cultivada?
Com a tecnologia que dispomos hoje e pelas experiências que pude vivenciar em diferentes locais do Brasil e do mundo, arriscaria afirmar que toda e qualquer terra pode ser cultivada.
Exemplos típicos são a produção de alimentos no sul da Alemanha com temperaturas a 23ºC abaixo de zero e a produção intensiva de cítricos nos desertos de Israel, a grande produção de frutas e flores com qualidade insuperável no sertão nordestino e por que não falar das hortas nas áreas urbanas degradadas das grandes cidades como São Paulo. São exemplos típicos onde a barreira das impossibilidades e improbabilidades foi rompida e os resultados mostram-se espetaculares, trazendo benefícios para milhares de pessoas e o mais importante, transformam regiões antes deficitárias em poderosos pólos econômicos. O grande problema é o custo da tecnologia para a produção de alimentos, ainda acessível a poucos.

Por que os governos e as próprias pessoas custam a entender que é possível aproveitar os espaços que sobram com hortas comunitárias e, assim, pelo menos, diminuir a fome de muitas pessoas?
Essa pergunta é extremamente complexa. A formação histórica e econômica do povo brasileiro é baseada em processos extrativistas, ou seja, fomos acostumados a tirar da natureza o que ela nos oferece, diferentemente dos europeus e americanos. Terminados os estoques naturais em determinado local, o passo seguinte foi sempre desbravar uma nova área. Isso criou ao longo dos séculos uma mentalidade de que haveria sempre alimentos suficientes para suprir as necessidades da população. Isso ocorre também no campo, quando o agricultor não consegue mais produzir em determinado local pelo esgotamento do solo, ele abre uma nova frente de trabalho. Esse processo fez com que as pessoas se acomodassem diante das necessidades de criação de alternativas para a produção de alimentos. A não utilização de técnicas de recuperação de áreas, de plantio nas grandes cidades, o clima favorável ao longo de todo o ano, fizeram nascer gerações de pessoas despreocupadas em relação à sua sobrevivência futura. Com o passar dos anos verificou-se que as atividades agrícolas não eram rentáveis nesse modelo de produção e iniciou-se o êxodo rural, inflando as grandes cidades e conseqüentemente, trazendo o caos urbano. Quanto aos governos identificarem a possibilidade de diminuir a fome utilizando as áreas propícias para o cultivo de alimentos nas grandes cidades, acredito que seja uma questão de tempo para que propostas novas comecem a surgir. A população e os eleitores estão começando a entender que programas de distribuição de cestas de alimentos e afins não são a solução para os problemas das pessoas pobres, mas sim, a perpetuação dos ciclos da miséria. Alternativas a esses programas são os projetos que envolvem a população em processos participativos, em relações de trabalho e responsabilidades duradouras, com auto-sustentabilidade.

Como um alemão no interior do Rio Grande do Sul é visto na capital paulistana com a idéia de oferecer alimento a pessoas necessitadas?
A receptividade ao projeto é muito boa e a figura do Hans Dieter Temp já está intrinsicamente ligada à assuntos como agricultura urbana, hortas comunitárias, geração de alimentos e renda, etc. Acho que tenho o privilégio de ter uma parte da paternidade desse assunto aqui no Brasil. As pessoas me vêem como um referencial nesse assunto. O fato de ser gaúcho e ainda descendente de alemães, com 4 anos de formação em uma Universidade da Alemanha, acrescenta uma grande credibilidade à minha pessoa. É gratificante receber cartas ou emails de diferentes cantos do Brasil e também de diversos países. Isso mostra que de uma maneira geral estamos no caminho certo e que a imprensa, a população, as entidades, os governos apóiam o nosso projeto. Ao mesmo tempo, sinto que a cada dia a cobrança, as responsabilidades e as demandas aumentam.

Qual é a sua formação?
Administração de Empresas – Faculdade Cândido Mendes – Rio de Janeiro – RJ
Técnico em Agropecuária e Políticas Ambientais – Universidade de Tübingen – Alemanha.

Quem é, hoje, o agudense Hans Dieter Temp na maior cidade do país?
O Agudense Hans Dieter Temp é hoje, mais uma pessoa que a cada dia luta pela busca de um lugar ao sol, nessa imensa cidade que é São Paulo. É uma pessoa com hábitos simples e desprovido de quaisquer tipo de complicações, que trabalha e luta obstinadamente para a concretização de seus sonhos. É uma pessoa que reúne um grande poder de realizar, de tornar as coisas possíveis, de buscar alternativas, de descobrir caminhos, de articular. É uma pessoa de visão futurista, atenta aos acontecimentos do mundo e saudoso de sua terra natal.

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